O TAHITI NÃO É AQUI


TAHITI 80 "ALL AROUND" (CLIP OFFICIEL)

Este ano ouvi bastante Tahiti 80. Dessa safra de bandas francesas for export, que eu gosto muito. Pelo que entendi, só fazem sucesso mesmo no Japão (e o que não faz sucesso no Japão?).

O último disco, Activity Center (2008), é o mais roqueiro e menos eletrônico dos quatro trabalhos, sem perder a essência soul/pop que eles sempre tiveram. Aliás, tem uma música chamada "Brazil". Uma banda "boazinha" para compensar o post anterior.

Take a look around, I'm the one behind you
Lost in the background, like a faded tattoo
Can't you hear the sound
Of a heart going underground
Can you hear the sound
Of your heart going underground

RINHA DE GENTE


Também assisti ao UFC 102, encerrado com a luta entre Rodrigo Minotauro e Randy Couture (o brasileiro levou a melhor).

Mesmo sendo fã de boxe, confesso que ainda não tenho uma opinião formada sobre esse espetáculo de violência pós-moderno. Deixo a análise para o pessoal do Sobre Nada (que, por sinal, tem mandado bem quando o assunto é provocar polêmica aqui na província).

Mas como as palavras "espetáculo" e "pós-moderno" sempre me interessam, não tenho medo de afirmar: o Ultimate Fighting Championship é irresistível!

Um esforço fantástico de produção, uma transmissão que não cai no marasmo em nenhum momento. Sem contar as regras simples do combate, a prioridade em escalar lutadores com personalidade, a trilha sonora empolgante, etc. Os dirigentes de todos os outros esportes deveriam aprender com o UFC.

Pronto, falei. Sei que, especialmente as leitoras, vão me detonar. Mas eu tô aqui para isso também...

GENTE PROBLEMÁTICA (MAS EU GOSTO)


Ontem vi, no Telecine Cult, Margot e o Casamento. É do diretor de A Lula e a Baleia, Noah Baumbach.

Ambos lidam com os mesmos elementos: famílias disfuncionais, a descoberta do sexo, artistas em crise, o ponto de vista dos adolescentes...

O elenco detona. Nicole Kidman e Jennifer Jason Leigh. Sempre loucas, neuróticas, histéricas. Imagine juntas! Aqui, a Nicole pira mais. Haja botox.

Enfim: histórias de gente problemática (mas eu gosto).

Curti os dois filmes. Um pouco mais deste. Muito pelo personagem do Jack Black, um sujeito que passa os dias escrevendo cartas para jornais e revistas. "Ele pode levar uma semana discutindo a resenha de um disco", alguém diz.

Escola do Rock, King Kong, O Amor é Cego, este agora... Pior que nem todo mundo entende o potencial dele.

XIS XIS



Conheci The xx no blog do Bruno Natal. Apesar de não ser um tipo de som que ouço muito, "bateu" logo de cara. Lembra Cure, Pixies, Velvet, Hot Chip, My Bloody e mais um monte de coisa boa.

Simples e cheio de personalidade. E como são jovens! O clipe de "Basic Space" também é bacana. Entra aqui para baixar o disco de estréia deles.

SUJEITO DE SORTE


Não, eu não achei o Belchior. Por mim, a gente deixava o cara em paz. Mas lembrei de uma das minhas músicas preferidas dele. Como não é muito conhecida, segue a letra.

SUJEITO DE SORTE

Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro


Grande lição... No mais, nunca tinha ouvido a palavra "presentemente" numa canção. Para quem curtiu, tem um registro aqui.

BLOCO NA RUA



Se eu tivesse um talk show na tevê, essa seria a banda do programa.

ZII E ZIE


Texto que escrevi para A Outra Folha da Terra em abril.
A ilustração é do Marco Jacobsen.

Cê, de 2006, marcou uma espécie de trégua entre Caetano Veloso e parte da minha geração, aquela mais afeita ao rock dito alternativo. De instrumentação básica, o disco flertava com sons do underground e trazia um compositor irônico e agressivo, recém-saído de um casamento de anos.

Com o novíssimo Zii e Zie ("Tios e tias", em italiano), Caetano busca ir além na receita. O esquema baixo-guitarra-bateria-teclados-eventuais agora serve para perverter canções escritas ao violão, como sambas. Uma espécie de leitura pós-punk, ou art-punk, do gênero tipicamente brasileiro. Aliás, o subtítulo do álbum é certeiro: Transambas.

Mas a crítica profissional - obrigada a ouvir, refletir e escrever de um dia para o outro - tem dito que Zii e Zie é só uma continuação chata do trabalho anterior. Eu já diria que se trata da maturação de um processo.

Porque seria quase impossível repetir a energia e o frescor de Cê, disco que registra uma fase totalmente nova na vida do artista. Tanto pela solteirice aos 60 anos quanto pelo encontro com uma banda de jovens músicos, amigos de seu filho Moreno.

Entre um disco e outro, vieram uma turnê, um fatídico registro ao vivo e o projeto Obra em Progresso - uma série de shows em que Caetano testava músicas inéditas para depois postá-las em um blog e no YouTube. Mas, acima de tudo, veio a ressaca da separação.

Cê foi a festa, o porre, o período confuso imediatamente posterior a um rompimento. Zii e Zie é o cair em si, a descoberta da solidão, a necessidade de seguir em frente e explorar outros assuntos. Tudo isso embalado por uma das sonoridades mais concisas que se ouviu por estas bandas nos últimos tempos. Amadurecer, acreditem, ainda vale a pena.

LOJINHA DA ESQUINA



O Cornershop voltou, depois de sete anos!

Tá certo que o disco novo, Judy Sucks a Lemon for Breakfast, traz a mesmíssima fórmula dos anteriores (glitter rock, funk, psicodelia, alguma coisa eletrônica e, é claro, música indiana).

O que, aliás, já é ótimo - e melhor do que quase tudo o que os stupid white boys de plantão andam fazendo por aí.

BEM NA FOTO




Dois sites maneiros com fotos raras de personalidades:

QUANTO VALE O SHOW?


Cachê cobrado pela produção do LOBÃO
para um show em Curitiba: R$ 12 mil.

Cachê cobrado pela produção da MALLU MAGALHÃES
para um show em Curitiba: R$ 15 mil.

"QUERO VER MEXER COM AS MARCAS"


Sempre vejo Pânico e CQC. E, polêmica do post abaixo à parte, sou mais a turma da Jovem Pan.

Curto aquele humor de feira, rasteiro, anárquico, caótico, grotesco... O "Brasil descendo a ladeira", sabe? Sem contar que, depois do Pânico, nunca mais senti aquela histórica deprê do fim do domingo.

Num papo virtual com o grande André Pugliesi, concordamos num ponto: Amaury Dumbo, o último quadro do Carioca, é o que há de melhor nos dois programas atualmente. E o que dizer do psicodélico, épico Freddie Mercury Prateado?

Sobre o CQC, o André mandou uma maneira:
"Pagar sapo com político é molezinha, quero ver mexer com as marcas!". Taí... Esculhambar as marcas. A última fronteira do humor.

E você? O que prefere? Diz aí...

CQC CENSURA



Um blogueiro d'O Globo topou com o Rafael Cortez, do CQC, durante um vôo. "Armado" com uma câmera, resolveu azucrinar o humorista e sua equipe até onde pôde. Até aí, tudo bem (ainda que os "cequecistas" tenham provado do próprio veneno).

O problema é que o Cortez pediu a retirada do vídeo do YouTube. Logo ele. Pegou mal. O relato do entrevero está aqui

DOIS NÁUFRAGOS


Ah, a gripe suína!

Segunda-feira, sessão das 22 horas. Ingresso a R$ 3 para clientes de um banco. E apenas duas pessoas numa sala com capacidade para centenas.

Esse não foi meu recorde. Anos atrás, vi sozinho, no Crystal, uma cópia restaurada de Terra em Transe. Era uma daquelas exibições para a imprensa - e ninguém foi. Glauber está fora de moda mesmo. Quando o Anabazys estreou por aqui, só tinham quatro no cinema.

O filme de ontem? Tinha Que Ser Você (Last Chance Harvey), com a Emma Thompson e o Dustin Hoffman. Sobre a velha máxima de que "dois náufragos sempre encontram uma tábua para dividir". Bem esquemático, mas tem lá seus bons momentos. E o baixinho continua dando um caldo!

SOUL NERD



Andam dizendo que esse Mayer Hawthorne é "a resposta americana à Amy Winehouse". Será? Ele parece ser tão comportado... Seja como for, taí uma daquelas pérolas de menos de três minutos.

A FÉ NA PALMA DA MÃO


Eu prometi que daria um tempo nas pautas sobre religiões, seitas e afins. Mas elas me perseguem. A da vez investiga a Sukyo Mahikari, uma organização japonesa pouco conhecida, porém em expansão mundo afora - Brasil incluso. E, como sempre, a fé vem embalada em muita polêmica. Saiu hoje aqui, na "Outra Folha da Terra". A foto é do Marcos Borges.

PAÍS DOS CRENTES



Estou curtindo esse novo round da guerra entre a Globo e a Universal. A IURD anunciou essa semana que comprou os direitos de exibição de Muito Além do Cidadão Kane, aquele documentário das antigas sobre as tretas do Roberto Marinho. Vi no segundo grau, quando uns professores petistas passaram em sala de aula. Se você não viu, tem aqui

Mas a "poderosa" resolveu contra-atacar, e também arrematou um filme gringo sobre o Edir Macedo: Universal - Uma Ameaça ao País dos Crentes. Trata-se de uma produção francesa de 2002, encomendada pelos carismáticos de plantão (não à toa, Padre Marcelo dá o ar da graça).

SEM PAPEL EM CURITIBA


O Gerald Thomas, para mim, é como o Glauber - às vezes prefiro a figura à obra. Mas o assunto, aqui, é o processo que ele perdeu por ter detonado um hotel de Curitiba na imprensa.

Cheguei lá em cima e não tinha água quente. A cidade estava fria. A janela não fechava. E não tinha papel higiênico. Deixei a água do chuveiro (na verdade, uma jacuzzi), correr por algum tempo… e nada. Caguei, literalmente, sem papel, e fui me lavar na água gélida do tal hotel. Morri de frio, especialmente ao sair. Batendo os dentes, percebi que as antigas janelas não fechavam.

A história toda está aqui

DESPEDIDA MADURA



Aos 68 anos, o Erasmo ainda tem a manha de gravar um dos melhores discos do ano. Minha preferida desse trabalho, "Chuva Ácida", é uma espécie de "canção madura de despedida". A letra é uma parceria com o Nelson Motta, mas aqui ele aparece dando um trato na melodia com o produtor Liminha.

Ouça inteira aqui

PÓS-FEMINISMO


Interessante a entrevista com a Camille Paglia na Cult deste mês. Ela opina sobre Obama, Hillary, Madonna, Daniela Mercury, casamento gay...

Uma das frases mais proféticas que já escrevi foi a que concluiu meu artigo de 1990 para o New York Tines: "A Madonna é o futuro do feminismo". Algumas pessoas se chocaram, outras desprezaram o vaticínio. Mas foi exatamente o que aconteceu: a ideologia pró-sexo, pró-beleza, pró-moda da Madonna transformou radicalmente o feminismo e desbancou as puritanas stalinistas que eu vinha combatendo.

Leia aqui

O SOBREVIVENTE



Em clima de boas-vindas, uma palhinha de uma das minhas obsessões do momento. Mais sobre ele, um legítimo sobrevivente do soul, aqui

FOI!


Taí. Com quase dez anos de atraso (o outro não vale, era mais um arquivão). Nesse ritmo, devo criar um Twitter lá por 2020...