FREE POLANSKI!


Pensei, pensei e aderi à campanha.

Mas como fiquei com preguiça de teorizar sobre o caso aqui, indico os pitacos de Forastieri, Ewald, Inácio, Calil.

E você? O que acha?

"MICROTONAL, PLURISSEMIÓTICO E METARREFRÃO"



Tom Zé explica o funk carioca. Para esfregar na cara dos defensores da suposta "boa música".

Via Bruno Natal.

CLASSE MÉRDIA


Naquele meu ritmo de sempre, só fui conhecer hoje o blog The Classe Média Way of Life.

É uma descascada geral no estilo de vida que a gente conhece bem. Abaixo, algumas "dicas de comportamento" do TCMWOL, todas devidamente detalhadas pelo autor.

- Ser espírita
- Ter um pet
- Gostar de festas com ambiente selecionados
- Ser contra as cotas para negros nas universidades
- Correr (no parque, na praia, etc.)
- Gostar do Cirque du Soleil
- Fazer yôga
- Percorrer o Caminho de Santiago de Compostela
- Ser concurseiro
- Afirmar que não existe racismo no Brasil
- Achar o Brasil um lugar horrível de se viver

SÁDICOS E CHATOS


Estava me enrolando para escrever sobre o provocativo Anticristo, do Lars von Trier.

Era o filme que eu mais queria ver este ano. Mas, para variar, ainda não estreou aqui em Maceió do Sul (e sem praia, o que é pior!). Até que o Claudinho jogou na minha mão a versão "compartilhada", se é que você me entende.

O que dizer? Na melhor das hipóteses, trata-se de um corajoso ensaio, com tintas bíblicas, sobre o Mal - com maiúscula mesmo. Na pior, um showzinho pretensioso de misoginia e mutilação.

Prefiro ficar com a primeira opção, ainda que não tenha a menor paciência para essa tendência sádica de algumas produções atuais. Nesse sentido, não faço distinção entre Oldboy e Jogos Mortais, por exemplo.

Ok, sei que não são a mesma coisa. Só cansei de ver gente sendo esfolada na tela.

De qualquer forma, curto uma polêmica. Talvez assista de novo, dessa vez no cinema.

RADIOHEAD


Creio que só quem me conhece lê o blog. Em todo o caso, segue um jabazinho dos programas que faço na Lumen FM, a quem interessar possa.

Trajeto Lumen (trânsito, tempo e pitacos sobre o noticiário musical do dia) - segunda a sexta, das 18h às 19h.

Alma Brasileira (clássicos da "emepebezona" e novidades) - domingo, das 12h às 14h

Tópicos (drops com notícias da hora) - segunda a sexta, às 15h30 e 18h30.

Você pode ouvir em 99.5 (Curitiba) ou aqui.

JORNALISTICIDAS


Se todo jornalista burocrata fizesse ao planeta o imenso favor de abandonar imediatamente a profissão para ir plantar pitanga num sítio remoto, a imprensa seria dez,vinte, cem vezes mais interessante.

Mas, não. Nossa imprensa é “previsível, empolada, chata - meu Deus, como é chata”, para repetir as palavras de São Paulo Francis.

Faz parte do folclore jornalístico : desde o tempo dos dinossauros, as redações sempre estiveram povoadas de jornalisticidas, os imbatíveis assassinos do jornalismo, gente especializada em tornar cinzento, burocrático e entediante tudo o que poderia ser vívido, interessante e envolvente.

Lástima, lástima, lástima. Fraude, fraude, fraude.

Do Geneton Moraes Neto.

"DESCULPE, EU ESTAVA LEVANDO A VIDA A SÉRIO"



Confesso que nunca tinha ouvido falar no comediante Bill Hicks.
O Mário Bortolotto explica quem é aqui.

Muito boa essa piada sobre a "obrigatoriedade da maconha".
Dá para ver legendado, é só acionar no canto da tela.

O MUNDO É TRASH



Carrossel, 15 anos depois. Vi no Alexandre Matias.
E engrosso o coro: cadê o Jaime Palilo?

MAIS XIS XIS




THE XX - "ISLANDS"

I don't have to leave anymore
What I have is right here
Spend my nights and days before
Searching the world for what's right here

Underneath and unexplored
Islands and cities I have looked
Here I saw
Something I couldn't over look

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

See what I've done
That bridge is on fire
Going back to where I've been
I'm froze by desire
No need to leave

Where would I be
If this were to go under
It's a risk I'd take
I'm froze by desire
As if a choice I'd make

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore


Para quem não lembra, já falei sobre eles aqui.

SAMBA-FUNK-SOUL



Dica de download: duas coletâneas gringas com clássicos e obscuridades do samba-funk-soul brasileiro, gravados entre 1971 e 1980.

De Jorge Ben a Azambuja (Chico Anysio e Arnaud Rodrigues), passando por Toni Tornado, Banda Black Rio, Bebeto, Os Diagonais (primeira banda do Cassiano), Trio Mocotó, Gerson King Combo e até um jovem - e surpreendente - Emílio Santiago.

Enfim: um cursinho intensivo do assunto. Manda ver aí embaixo!

Black Rio: Brazil Soul Power (2002)

Black Rio 2: Original Samba Soul (2009)

"CRASSE" A!


Descobri hoje que um dos meus seriados preferidos da infância vai virar filme. Sempre desconfio de remakes, mas o elenco e o diretor desse novo Esquadrão Classe A são bons. Confere aqui.

PERDI QUATRO ANOS


É sério, li no Comunique-se. O curso tem 45 horas (ainda acho muito).

Tô adorando o fim da obrigatoriedade do diploma. E, principalmente, o fato de que o mundo não acabou por causa disso.

BONZINHO NO GÊNERO


Cinema, para variar. Agora com as garotas.

Up - Altas Aventuras não tinha como ser ruim. É só "bonzinho no gênero", como diria aquele personagem do Ziraldo.

A estrutura narrativa é igual a de Wall-E. Triste e poético no começo. O humor e a aventura engrenam mais tarde.

Vale mesmo pelos "cachorros falantes", a melhor piada do filme. Deveriam ganhar uma animação própria.

É SÓ PRA DAR UM TOQUE

"FALEMOS A VERDADE"


O utilitarismo quase sempre ama a mediocridade intelectual. Falemos a verdade: a mediocridade funciona.

Ela gera lealdades, produz resultados em massa, convive bem com a estatística, evita grandes ideias. Enfim, caminha bem entre pessoas acuadas pela demanda de sobreviver.


Luiz Felipe Pondé, na Folha de São Paulo.

CARA DE PAU


Nem vou dizer o que esse assessor de imprensa estava divulgando - mas era coisa de playboy. Deixo apenas o recado cara de pau (e mal escrito) que veio junto com o release.

Olá, tudo bem?

Estou enviando um texto de um de nossos cliente
(sic) que precisaria publicar ainda nesta sexta-feira, se possível, precisamos dar um up para fechar o clipping. Podendo nos fazer essa gentileza, ficaríamos muito agradecidos.

Grande abraço.

OUTSIDER


Quando perguntam, digo que acho rock gaúcho um saco. É mentira. Gosto de Defalla, Ultramen, Júpiter Maçã, Os The Darma Lóvers...

E tenho uma simpatia especial pelo veterano Julio Reny, um daqueles artistas conhecidos apenas no Rio Grande do Sul (e olha lá).

Conheci o sujeito no Festival de Gramado de 2000. Fiz amizade com um fotógrafo gaúcho que também estava cobrindo o evento e uma noite ele me levou para ver um show. Era um acústico do Reny (sobre quem tinha lido alguma coisa numa Bizz antiga) com o Frank Jorge (antes de virar hype e sumir de novo).

Se tinha meia dúzia no bar, era muito. Mas os dois mandaram ver na maior dignidade, tocando músicas de vários projetos. Inclusive algumas dos Cowboys Espirituais, banda que tem o Reny nos vocais e chegou a emplacar um clipe na MTV.

Curti na hora as letras românticas, o senso melódico e a voz meio "tremida" do cara. Um registro que é só dele (algo raro no rock nacional, que tem poucas escolas vocais).

Acabei comprando alguns CDs, mas dei uma esquecida nos últimos tempos. Até que, esses dias, achei três trabalhos recentes para baixar na internet - inclusive um dos Cowboys. Resumindo: voltei à fase Reny.

Ele acabou de lançar um site oficial (só agora!). Taí um outsider de verdade.

ÀS VEZES A GENTE ACORDA COM CADA MÚSICA NA CABEÇA...




Acho que vai virar uma seção fixa do blog. Podem começar a zoar...

AS CAGADAS QUE OS HOMENS FAZEM


Cinema de novo. Meio atrasado, vi Se Beber, Não Case. Uma daquelas "zebras da temporada" (custou US$ 35 milhões e deve render US$ 400 milhões até o fim do ano).

Não tem muito o que falar. Só dar risada. E eu ri muito, principalmente na segunda metade. Os créditos, então, valem o filme inteiro.

Aqui, temos três amigos desmemoriados (o nerd, o freak e o bonitão) tentando refazer os passos de uma despedida de solteiro alucinada. Tudo para encontrar o noivo que sumiu.

É impressionante a quantidade de filmes recentes com "marmanjos de 30 encrencados". E ainda tem gente que não acredita na crise masculina. Pensando bem, Os Flintstones já eram meio sobre isso, não? Só que as mulheres ainda não trabalhavam fora...

No mais, poderia se chamar "Cara, Cadê meu Carro em Las Vegas?". Ou então "As Cagadas que os Homens Fazem".

PLANO DE VÔO


Do Laerte.

SACIAÇÃO


— Com você... Bem, você é luz. Fico saciado de experiências e dor. Talvez eu a atormente. Não sei. Eu a atormento?

Não posso responder a isso muito bem, embora seja óbvio que ele é escuridão para mim. E por quê? Por causa dos instintos que despertou em mim?

A palavra "saciar" me aterrorizou. Pareceu a primeira gota de veneno derramada em mim. Contra a saciação dele, eu combino meu frescor temoroso, o novo em mim, que dá intensidade ao que para ele talvez seja de menos valor.

Aquela primeira gota de veneno, derramada tão acidentalmente, foi como um presságio de morte. Não sei através de que fresta nosso amor subitamente vazará e se desgastará.


Anaïs Nin em Henry e June.

MEU ÚNICO ELITISMO


Já contei isso em outro lugar: meus pais não gostam de novela. Lá em casa, quando terminava o Jornal Nacional, a tevê era desligada e todos se divertiam com algum jogo de tabuleiro.

Minhas referências se limitam às mais leves, que passavam no Vale a Pena Ver de Novo. Vereda Tropical, Bebê a Bordo, Ti Ti Ti, A Gata Comeu, etc.

Hoje só curto as "urbanas contemporâneas". Do Silvio de Abreu, Manoel Carlos e, principalmente, Gilberto Braga. Não consigo ver nada na linha Glória Perez e Agnaldo Silva. Se tem um assunto em que eu sou elitista, esse assunto é novela!

Agora começou Viver a Vida, a nova do "Maneco" (76 anos!). Ele perdeu a mão na anterior, mas foi legal reencontrar aqueles elementos de sempre.

Um Rio de Janeiro idealizado, bossa nova na trilha, gente que mora em hotel, Zé Mayer quase de cadeira de rodas (mas pegando geral), caras novas, diálogos literários... Até os pobres falam direitinho no Leblon!

CUMA?


Da série "A Arte Não é para Você, sua Anta!". Saca só a profundidade desse release.

Appris par corps/Aprender de corpo é um espetáculo dos acrobatas Alexandre Fray (França) e Frédéric Arsenault (Québec). Concebida a partir de uma visão ampliada da técnica de mão na mão, esta peça apresenta a relação humana de dois seres, vista sob o prisma desta dupla especial formada pela base e o volante. (...)

(...) Através dos movimentos, encena-se uma relação humana intensa e frágil, em que ressoa, pela dança, o teatro e o circo, um eco da Natureza, em que a mão na mão constitui uma linguagem própria, uma espécie de criptofasia que deve ser sondada para que se compreenda seu alfabeto sensível.

HOMEM COMUM


Da série "Os Melhores Autores que Ainda Não Li".

Estava me devendo um livro do Philip Roth. Ganhei de aniversário Homem Comum e li com uma vontade que há tempos não sentia. Identificação imediata, claro.

Mas vou ficar por aqui. Para não deixar o blog mais pessoal do que já é.

Corria para casa descalço, molhado, salgado, relembrando a potência daquele mar imenso a ferver em seus ouvidos e lambendo o antebraço para sentir o gosto da pele recém saída do oceano, tostada pelo sol.

Juntamente com o êxtase de passar todo o dia sendo socado pelo mar até ficar tonto, aquele gosto e aquele cheiro o inebriavam de tal modo que por um triz ele não cravava os dentes na sua carne para arrancar um pedaço e saborear sua própria existência carnal.

MÃO FIRME


Teve pré-estréia de Amantes (Two Lovers) no fim de semana. Mais um melodrama adulto assinado pela mão firme do James Gray (Caminho Sem Volta, Os Donos da Noite). Já li comparações com a direção do Clint, e faz mesmo sentido.

Joaquin Phoenix é Leonard, um sujeito fragilizado por uma desilusão amorosa. Até se ver dividido entre dois caminhos.

A paixão descontrolada por Michelle (Gwyneth Paltrow), uma daquelas figuras que só faltam ter a palavra "encrenca" escrita na testa. E a segurança do namoro com Sandra (Vinessa Shaw) - uma relação que, de quebra, ajuda nos negócios de sua família judia.

Ele toma uma decisão. Ou melhor: duas. Assistam. Depois a gente comenta aqui.

COBERTOS DE LÍQUIDO


Qual o lugar mais esquisito em que já fez amor?

Timothy Leary — Levaria horas respondendo essa pergunta. Uma vez, estava fazendo amor com minha mulher Barbara e a cama virou uma nuvem, depois um pântano e, finalmente, transformou-se em oceano. No final nós dois estávamos cobertos de líquido e eu fiquei com medo de me afogar.

TAOÍSMO DE BOTECO


O SATORI DO TAO-HSIN

Tao-hsin, em busca da sabedoria, procurou um velho mestre, Seng-ts'an.

— Qual é o caminho da libertação? — perguntou Tao-hsin
— Quem o prende? — replicou o mestre.
— Ninguém me prende — disse o discípulo.
— Por que, então, você vai procurar o caminho da libertação? — concluiu Seng-ts'an.

Tai-hsin teve, então, o seu satori*

(*a revelação brusca, instantânea e imediata que podemos alcançar da verdade, uma revelação capaz de transformar nossas vidas e abrir portas pesadas da sabedoria).

Extraído de The Way of Zen, de Allan Watts. A definição de satori é do Luiz Carlos Maciel.

E POR FALAR NO DOMINGOS...


"Na TV não se pode errar. Quem não pode errar não pode acertar. É simples assim. Todos os atores representam com medo, cautela, ou seja, representam mal pra caramba. Com raras exceções, dos que conseguem perder o medo de errar"

Li isso aqui. E acredito que extrapola a teledramaturgia. Talvez até os meios de comunicação. Vale para várias outras áreas do "mundo do trabalho". Por essas e outras, é bom ter um blog...

UMA VIDA EM SEGREDO


Ontem vi Gigante, só para evitar o cinema cheio no feriado. É uma produção uruguaia que ganhou o Urso de Prata em Berlim e também um kikito (este último não quer dizer muita coisa, mas enfim...).

Não me tocou muito. Até porque sou rato de filmes do gênero - sobre amor, solidão e "vidas em segredo" nas grandes cidades. Ainda assim, é uma daquelas fitas que "crescem" na cabeça depois da sessão.

Mas o problema não foi o tema, e sim o joguinho proposto pelo diretor. "Vou balançar entre a tensão e a fofura, só para deixar o pessoal no suspense". No mais, Berlim devia estar um tédio este ano...

O que me chama a atenção, mais uma vez, é esse desembaraço com que os hermanos se permitem fazer filmes simples e pequenos, com histórias de pessoas comuns. No Brasil pós-retomada, com raras e bem-vindas exceções, tudo tem de ser meio épico, grandioso, pretensioso.

Posso estar falando uma bobagem, mas quem sabe essa onda de globochanchadas não abra caminho para produções menos afetadas?

GUITARRA VIRA CUÍCA



Banda Black Rio, "Maria Fumaça"

O HOMEM LÚCIDO


O Homem Lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções, que ele nunca se entusiasma com ela. Assim como ele nunca tem memórias

O Homem Lúcido sabe que o viver e o morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal

O Homem Lúcido sabe que ele é o equilibrista na corda bamba da existência. Ele sabe que por opção ou por acidente é possível cair no abismo a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo

Pode também o Homem Lúcido optar pela vida. Aí então...

Ele esgotará todas as suas possibilidades. Ele passeará pelo seu campo aberto pelas suas vielas floridas

Ele saberá ver a beleza em tudo! Ele terá amantes, amigos, ideais

Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até mesmo às doenças.

E se atingido por um desses emissários, saberá suportá-lo com coragem e com mansidão

E morrerá, o Homem Lúcido, de causas naturais e em idade avançada, cercado pelos seus filhos e pelos seus netos que seguirão a sua magnífica aventura.

Pairará então sobre a memória do Homem Lúcido uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito. Aquele fez muito bem as pessoas!

A Justa Lei Máxima da Natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem se iguale sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis.

O Homem Lúcido, porém, esse que optou pela vida com o consentimento dos deuses, tem o poder magno de alterar essa lei.

Na sua vida, os acontecimentos favoráveis serão sempre maioria... Porque essa é uma cortesia que a Natureza faz com os Homens Lúcidos

Conheci esse texto há um tempo, num filme do Domingos Oliveira que revi hoje.

CAETANO TRISTE (OU NÃO)


Cheguei agora do cinema. Saí correndo da rádio para ver Coração Vagabundo, o filme do Caetano.

Outra vez, só duas pessoas na sala. Eu e o Luiz Felipe Leprevost, que encontrei por acaso e acabou sendo uma ótima companhia. No final, ficamos papeando e ele me deu um livrinho que lançou há pouco. "Livrinho" porque é de bolso. Taí uma das melhores cabeças da cidade.

O filme é para fãs. Não apresenta uma grande novidade ao público, como os documentários do Simonal ou do Arnaldo Baptista. Mesmo para quem gosta muito, é apenas mais uma peça no quebra-cabeça caetânico. Como é um dos meus gurus, curti. Algumas observações e destaques:

- O diretor, muito jovem (e meio-irmão do Luciano Huck), provavelmente não conhecia bem o Caetano. Historicamente falando.

- Num templo budista, no Japão, um monge aparece e diz que adora a música "Coração Vagabundo". O Caetano se amarra nisso.

- É uma das raríssimas vezes em que ele fala sobre a filha que morreu ainda bebê (mesmo que seja bem de leve).

- O filme mostra o momento pré-separação dele. E como o Leprevost disse, o Caetano parece tão triste (apesar da foto acima).

- A Paula Lavigne me constrange.

- E por aí vai...

MEDO!



Já tive uma gata, acredite se quiser. Mas fiquei apavorado com os monstros da raça maine coon. Os vídeos são ainda piores!

QUASE FAMOSOS



Jabazinho da série que produzi para a TV Lumen/Canal Futura. São sete episódios que mostram personagens interessantes da cidade: o taxista marketeiro, o padre indiano dançarino, o cover suburbano do Renato Russo, etc.

Esse aí de cima é o professor Paulo Valente, criador da "aula de canto para desafinados". Os outros programas, todos supercurtos, você vê aqui.

SIGO EM FRENTE


Resolvi não me apegar a nada, não esperar nada, dali por diante eu viveria como um animal, uma fera carnívora, um nômade, uma ave de rapina.

O fato é que o homem foi traído pelo que chama de melhor porção de sua natureza. Nos limites extremos de seu espírito, o homem está de novo nu como um selvagem.

É preciso enfiar-se na vida outra vez para ter carne. O verbo tem que se fazer carne; a alma está sedenta. Toda migalha que meus olhos virem, vou pegar e devorar. Se o que está acima de tudo é viver, então vou viver, mesmo se tiver de virar canibal.

Estou com as costas na parede, não posso recuar mais. Encontrei Deus, mas ele é insuficiente. Estou morto apenas espiritualmente. Fisicamente, estou vivo. Moralmente, sou livre.

Amanhece um novo mundo, um mundo de selva onde os espíritos descarnados rondam com garras afiadas. Se sou uma hiena, sou descarnada e esfomeada: sigo em frente para engordar.


Henry Miller em Trópico de Câncer

ÀS VEZES DÁ UM ESTALO


Essa é do Liniers. Há quem chame de "insight". Ou "experiência de pico". Eu digo "estalo".

ELES PROCURAM PARA VOCÊ


É o título de uma reportagem que fiz, em maio, para A Outra Folha da Terra. Trata-se de uma imersão de uma semana numa das maiores agências de casamento do Brasil. O texto inteiro, para quem tiver paciência, está aqui, no meu outro blog. Seguem alguns trechos aleatórios.

"Mulheres de 30 a 45 anos, que nunca se casaram, são o fenômeno do momento na agência. Muitas delas cursaram pós-graduação e mestrado, inclusive no exterior. Ou seja: contrariam a ideia preconcebida sobre quem procura esse tipo de serviço - figuras isoladas, amarguradas, etc."

"O documento traz um questionário completíssimo, minucioso. Do básico ao metafísico, busca-se saber de tudo: 'Você fuma?', 'Acredita em Deus?', 'Tem imóvel próprio?', 'Por que se separou?', 'Usa preservativo?'. Esta última, por sinal, é uma das raras perguntas em que o candidato deve revelar seus hábitos sexuais."

"Nem sempre a conduta do cliente é exemplar, em especial a dos homens. Há exemplos de pessoas desligadas da agência por cometerem grosserias imperdoáveis. Sheila lembra do médico que se decepcionou com uma moça logo que ela entrou em seu carro. Sem cerimônia, deu a volta na quadra e a deixou em casa. Foi sumariamente expulso."