"É UM MUNDO TÃO NOVO"



Foi mal aê... Ainda na fase Marina.

CHARME DO MUNDO
(Marina, Antonio Cicero)

Eu tenho febre, eu sei
É um fogo leve
Que eu peguei

Do mar ou de amar
Não sei
Mas deve ser da idade

Acho que o mundo faz charme
E que ele sabe como encantar

Por isso sou levada e vou
Nessa magia de verdade

O fato é que sou sua amiga
Ele me intriga demais

É um mundo tão novo
Que mundo mais louco
Até mais que eu

É febre e amor e eu quero mais
Tudo que eu quero, sério
É todo esse mistério

'BORA LÁ?


É a volta da seção Releases Cretinos.

(...) Nenhuma pessoa deveria ser autorizada a dizer que já ficou apaixonada por algo ou alguém se não tiver conhecido Paris.

A chamada cidade-luz é sinônimo de romance. É impossível, sim, im-pos-sí-vel não ficar encantado com ao menos uma das atrações desta que é uma das – se não a mais – cidades mais conhecidas do mundo.

(...) Imagine uma balada em um barco sobre o rio Sena. Agora, estando em Paris, pode parar de imaginar e entrar no Batofar. Sim, é uma danceteria-bar-clube em um barco.

Mas se Paris te lembra can-can e cabarés, seu lugar é Pigalle, bairro que abriga o lendário Moulin Rouge (não, a Nicole Kidman não estará lá, mas aí você já está querendo demais).

Por isto e muito mais Paris é um sonho! Vamos pra lá?

INVICTUS E NINE


Admito que fui com um pouco de má vontade à cabine de Invictus. Ver o Morgan Freeman encarnar, pela enésima vez, o "ancião justo e generoso" não é a minha concepção de um programa interessante.

Mas tive de dar o braço a torcer. Já na metade da projeção, não conseguia imaginar outra figura na pele do Mandela. Ponto também para o Clint Eastwood e sua incrível precisão como diretor. Nas mãos de qualquer outro, o filme viraria um dramalhão do Supercine.

De qualquer forma, taí um novo título para ser exibido nos treinamentos motivacionais.


Depois veio Nine, do mesmo diretor de Chicago. E com o Daniel Day-Lewis (gênio!) no papel principal.

Os dois filmes têm uma fórmula que eu curto: a de mostrar os números musicais como delírios dos personagens. Melhor do que começar a cantarolar do nada, né? Pena que este novo trabalho do Rob Marshall tenha alguns problemas graves. Destaco três:

1) Todos falam e cantam em inglês, mas com sotaque italiano, francês e espanhol. Chega uma hora em que você não aguenta mais.

2) Os musicais contemporâneos são kitsch em sua essência. Este, no entanto, escorrega para o brega mesmo. O que é aquela sequência com a Fergie?!

3) Nenhuma canção fica na cabeça quando a sessão termina.

No mais, a história tem uma ambientação que, particularmente, não me atrai. Talvez se eu fosse um gay de meia idade fã de cinema italiano...

Enfim, dois trabalhos que têm seu valor. Só não foram feitos para mim.

E POR FALAR EM THE XX...


A banda foi um dos destaques de outra eleição promovida pelo site Scream & Yell. Dessa vez, dos melhores discos, filmes, livros, sites e afins de 2009. Para conhecer os ganhadores (e quem votou em quem), comece por aqui.

"TALK ABOUT BIG LOVE"



Clipe novo do xx.

IRAQUE URGENTE


Guerra ao Terror é mesmo muito bom. E pode fazer mais estrago no Oscar do que parece, já que fala diretamente ao público americano.

Mostra o que está acontecendo no Iraque hoje, talvez neste exato momento. Nesse sentido, não é bem o "Platoon do século 21", como andam dizendo.

Urgência à parte, o filme prende a atenção mesmo sem sequências de ação frenéticas. Pelo contrário. Como o foco é a rotina de um esquadrão antibomba, as situações apresentadas pendem mais para o suspense dramático ("o troço vai explodir ou não?").

Não sei, não... Mas aposto em indicações, pelo menos, para melhor filme (são dez concorrentes agora, né?) e direção. Falando nisso, tem outro trabalho da Kathryn Bigelow que eu curto bastante e recomendo: Estranhos Prazeres, de 1995.

SENSIBILIDADE PERDIDA


- Me chame quando estiver sozinho.
- Eu já estou sozinho.

Não se engane com a propaganda enganosa e o título brasileiro de Up in the Air, o terceiro filme do Jason Reitman (Obrigado por Fumar, Juno).

Amor sem Escalas não é uma comédia, muito menos romântica. Tem lá seus momentos engraçados, mas resvala na melancolia o tempo todo.

A história não é muito diferente do que já vimos em Jerry Maguire, O Turista Acidental e, mais recentemente, O Solista (só para ficar nos que eu lembro de cabeça agora).

A saber: um homem pragmático e blindado emocionalmente percebe que seu individualismo o isolou do resto do mundo - e vai tentar recuperar a sensibilidade perdida. Será que ainda há tempo?

Por falar em sensibilidade, destaco a do diretor, desde já um especialista em abordar temas urgentes sem apelar para o sensacionalismo. Outra qualidade dele é o trabalho com os atores. Vera Farmiga e, especialmente, Anna Kendrick são boas surpresas.

Sobre o Clooney, não há muito o que falar. É o tipo de ator inteligente, que conhece suas limitações e não se desgasta em registros desnecessários. Precisa mais?

Dizem que Amor Sem Escalas será o grande rival de Avatar no Oscar (já dançou no Globo de Ouro). Nos dois casos, o mote é a "desumanização" do homem. Um bate na tecla ecológica e o outro opta pela via dos relacionamentos pessoais.

Se tivesse de escolher, não teria a menor dúvida. Ficaria com James Cameron e seu filme "família" (a turma ainda não entendeu esse target). Mas não vou dar meus palpites sobre o Oscar sem ver Guerra ao Terror - o que farei ainda nesta semana.

BBB 10: PRIMEIRA SEMANA


É claro que estou acompanhando o nosso "esporte nacional de verão". E gostei bastante da primeira semana.

O elenco é diversificado, a edição continua afiada (uma lição para A Fazenda) e mesmo a inclusão de ex-participantes não foi tão ruim assim.

Minha única observação é que nunca, em todos esses nove anos, o programa derrapou tanto em pequenos erros - da gagueira do Bial à vinheta que entra na hora errada.

Incompetência a gente sabe que não é. Seria a ânsia de acertar? Ou nem o famoso "padrão Globo de qualidade" resiste a uma operação tão complexa quanto o BBB?

Seja como for, está bem divertido, por enquanto. Principalmente porque os competidores já são de uma geração que cresceu assistindo ao Big Brother, e chegam à casa achando que sabem tudo do jogo.

Mas o jogo muda toda semana. Eu diria até que recomeça a cada terça-feira.

E antes que alguém da patrulha do bom gosto venha me encher o saco, sugiro a leitura de um texto antigo em que explico meu interesse pelo programa. Tá aqui, ó.

CRÍTICA DA CRÍTICA


Aqui e ali leio que "Avatar" não passa de uma coleção de clichês. O filme mais desinteressante do mundo. (...) Na verdade, em geral quem reclama desses clichês são reacionários.

Reacionários só admitem dizer coisas como "não há almoço grátis". Isso não lhes soa como um clichê. Parece-lhes uma verdade que se repete eternamente, só isso.

Os clichês pertencem sempre ao outro. E o outro é necessariamente de esquerda, nesse caso. Essa direita só é capaz de raciocinar em termos de caça às bruxas.

(...) Cameron não é um cínico. É um moralista na tradição americana, como John Ford. Ele não acredita em grandes homens, ao menos não naqueles vendidos como grandes homens.

Seus grandes homens são obscuros, mas são de um modo ou de outro incorruptíveis. Não sabem fazer senão o que lhes parece certo. Eles não degeneram. (...)

Taí uma boa "crítica da crítica". Cortesia do melhor crítico de cinema do Brasil na atualidade - o Inácio Araujo, claro. Não deixe de ler a íntegra aqui.

TRETA INSTRUTIVA


(...) O jornalista Lucas Neves da Folha (Ilustrada) me procurou e eu disse pra ele esperar, que ia dar entrevista pra ele e pro Estadão no mesmo dia, sem procurar privilegiar nenhum dos dois.

(...) O Lucas se dizia pressionado pela editoria da Ilustrada que fazia questão de soltar a matéria primeiro e com exclusividade. Respondi que não tinha nada a ver com isso e que só daria a entrevista no mesmo dia do Estadão. Eu não tava interessado em dar entrevista. Ele é que tava a fim de me entrevistar.

(...) Foi aí que a Folha de São Paulo começou a me ferrar com todo o poder que eles detém. Primeiro soltaram uma matéria podre no dia 14 de janeiro (“Bortolotto faz de blog palco para falar de crime”), não assinada onde eles simplesmente copiaram trechos de textos que escrevi no blog.


Se você é estudante de jornalismo (isso ainda existe?), não deixe de acompanhar essa treta entre a Folha de S. Paulo e o Mário Bortolotto. A versão do outro lado está aqui.

"SÓ VOU TE CONTAR UM SEGREDO"



Me amarro no climão desse clipe. Mesmo dublando, a rapaziada se diverte para caramba (todo mundo chapado, provavelmente). O tecladista, então, faz umas caras maneiras. Acho que vi umas dez vezes - só hoje.

Na real, postei o vídeo para contar que entrei numa fase Marina (não consigo falar "Marina Lima", da mesma forma que tenho problemas com "Jorge Benjor").

Como ela tem hits! Daquela geração, acho que só o Lulu e o Lobão gravaram mais sucessos. Mas as letras dela são melhores. Quer dizer, do Antonio Cicero, de longe o compositor mais profundo do pop brasileiro.

Tive a oportunidade de encontrar a Marina duas vezes. A primeira, num Free Jazz, foi meio de relance. Mesmo assim, fiquei impressionado com o magnetismo pessoal.

Anos depois, na coletiva do disco acústico, também gostei da firmeza com que ela encarou as perguntas provocativas de alguns jornalistas de São Paulo. Pena que a voz não seja mais a mesma...

De qualquer forma, seguem dois links que oferecem quase toda a discografia dela para baixar: aqui e aqui.

ÀS VEZES A GENTE ACORDA COM CADA MÚSICA NA CABEÇA... (8)




E não é que o Copacabana Club, digo, Beat ainda existe? Olha só que gente bonita!

CURITIBA FUNK 3: A NOITE DAS PREPARADAS



Útima parte da reportagem.

É quase uma da manhã e a Sociedade Abranches está lotada. E não poderia ser diferente. É o último baile funk do ano, com direito à promoção especial para as mulheres: quem estiver de minissaia entra de graça. Não é a toa que a festa leva o nome de ''A Noite das Preparadas''.

Mais de 1.200 pessoas aparecem por lá, vindas dos mais diferentes lugares de Curitiba e da Região Metropolitana (Boqueirão, Bairro Alto, Santa Cândida, Colombo, Pinhais, Piraquara, Cajuru, Almirante Tamandaré...). Como o baile tem ''censura 16 anos'', a média de idade é baixíssima.

O combustível do público é a cerveja, vendida em garrafa e servida em copos grandes de plástico. O repórter chega sozinho, compra a sua e aguarda pela atração principal da jornada - o MC Jura e suas Causadoras do Funk. Enquanto o show não começa, os DJs comandam o som mecânico.

Não demora muito e os artistas sobem ao palco. Há um certo clima de estranhamento no ar, e a garotada que dançava sem parar agora só observa - como se estivesse assistindo a um espetáculo proibido. No gargarejo, rapazes excitadíssimos com o remelexo das dançarinas registram tudo com seus telefones celulares. Horas depois, os vídeos vão parar no YouTube.

Aos poucos, Jura vai relaxando a platéia. Reveza sucessos nacionais com músicas próprias, e até arrisca um ''funknejo'' (melodia de um hit sertanejo sobre a batida eletrônica). Quando menos se percebe, o salão inteiro está se chacoalhando, com grupinhos espalhados por todos os cantos.

Em frente ao palco, várias moças de minissaia - e com calcinhas fio-dental à mostra - se posicionam estrategicamente. É que vai começar o momento ''interativo'' da performance, em que o MC convida o público a rebolar com ele.

A partir daí, o que se vê é uma farra completa, com mais de dez meninas se exibindo. Do ''créu'' (e suas cinco velocidades) à inacreditável ''dança da rã'' (uma espécie de simulação de sexo oral acrobática), o show, definitivamente, é delas.

A apresentação termina lá pelas 3 horas, mas no fim de janeiro tem mais. Já está marcado, para o dia 23, o ''Baile do Decote''. E adivinha quem vai entrar de graça dessa vez?

CURITIBA FUNK 2: GAROTAS NO COMANDO


Na foto de Marcos Borges, as Ousadas do Funk.

Tão curiosa quanto a existência de um movimento de funk carioca por aqui é a constatação de que o fenômeno conta com uma forte participação feminina. Há mais grupos de dançarinas do que DJs e MCs, o que parece ser uma contradição numa subcultura frequentemente acusada de desvalorizar a figura da mulher. Mas não é, pelo menos na opinião das garotas envolvidas com o meio.

''A gente sabe que é só por diversão. Além disso, hoje tem várias MCs mulheres gravando músicas que tiram sarro dos homens também'', justifica a vigilante Ana Carolina Góes, 22, que acompanha o circuito funkeiro em Curitiba. Só de cabeça, ela lista diversos grupos de meninas atualmente na ativa: As Causadoras do Funk, As Atrevidas do Funk, Ousadas do Funk, Bonde das Levadas, Bonde das Delícias, Bonde das Felinas...

Uma das integrantes das Ousadas do Funk, Fabi Loira, 21, explica que houve uma debandanda geral na tribo do axé. Segundo ela, a moda da música baiana passou e quem pretende se profissionalizar como dançarina migrou para o batidão carioca. ''Não precisa de muita coisa para dançar. Já ser DJ, ou MC, é um pouquinho mais difícil'', reconhece.

Fabi conta que o trio cobra R$ 150 por performance. Em algumas situações, elas mesmas vendem ingressos para as festas, e depois repartem o dinheiro com os produtores. O que importa, acima de tudo, é estar no palco. ''A gente só quer divulgar a nossa dança, e não ficar mostrando a bunda'', afirma, quando o assunto é o tom erótico das músicas.

Patrícia, 20, das Causadoras do Funk, também não entra na questão, digamos, temática do movimento. Há um ano, ela conheceu o MC Jura pela internet e logo formou o próprio grupo. Hoje, só se dedica ao shows. ''É uma atividade profissional, como qualquer outra'', garante.

A ''causadora'' Gabi, 22, chegou acompanhada da mãe, Suzy, na sessão de fotos para a FOLHA. Entre um clique e outro, ela contou que a filha abandonou os planos de ser modelo para requebrar ao som do funk. ''Eu me preocupo, né? Mas como ela gosta disso, tento dar o máximo de instrução. O que mais a gente pode fazer?'', resigna-se.

CURITIBA FUNK 1: PANCADÃO DOS PINHEIRAIS


Lembra daquela reportagem especial sobre funk carioca em Curitiba? Saiu ontem. Como rolaram alguns cortes, vou postar a versão integral em três partes - de hoje até quarta. Na foto do Diego Singh, MC Jura e suas Causadoras do Funk.

Que o ''sertanejo universitário'' é o gênero musical hegemônico do estado, ninguém discute. Mas, pelas beiradas, uma outra manifestação popular vem conquistando fãs e movimentando o circuito de festas. O funk carioca, acredite se quiser, caiu no gosto dos baladeiros paranaenses - seja dividindo espaço com outros ritmos ou mesmo em bailes exclusivamente dedicados ao ''pancadão'' eletrônico luxuriante.

Esse pequeno fenômeno começou há cerca de dois anos, quando produtores curitibanos passaram a promover shows de artistas cariocas como MC Buchecha, Mr. Catra, MC Chocolate e Gaiola das Popozudas, entre outros. Com o tempo, os eventos se firmaram e continuaram a acontecer mesmo sem atrações de fora. Enquanto os MCs locais ainda são raros, DJs e grupos de dançarinas se multiplicam rapidamente.

''Hoje em dia, dá para dizer que o funk só perde mesmo para o sertanejo em Curitiba. Está mais forte até do que o pagode'', afirma o produtor Diego Carmo, 24 anos. Entre outras atividades, Diego vende os shows do MC Mr. Buiu, um professor de academia de ginástica que combina funk, pagode e axé. São cerca de 15 apresentações por mês, na capital e no interior, com cachês em torno de R$ 400.

A mistura de estilos parece ser uma fórmula para atrair o público ainda não iniciado. Segundo o DJ Marcão, 34, o caminho das pedras é começar a noitada com uma discotecagem de eletrofunk (híbrido de dance music com o batidão carioca) até chegar no funk propriamente dito. No fim da noite, ele aconselha, é interessante tocar forró ou sertanejo, para esfriar os ânimos mais exaltados.

''Ainda assim, é uma festa cabível para todos os gostos. As dançarinas mostram menos do que o que costuma aparecer na televisão'', garante Marcão. Frequentadora assídua dos bailes curitibanos, a vigilante Ana Carolina Góes, 22, também acredita que os funkeiros daqui são mais comportados. ''No Rio de Janeiro o clima é mais agressivo'', diz.

Para ela, os paranaenses finalmente descobriram a essência do funk carioca, que é a liberdade para fazer bagunça. Mas uma bagunça controlada, principalmente pelos donos das casas noturnas, temerosos com relação a brigas e outras formas de extravasar a tensão. ''Eles pedem para a gente tocar músicas mais pop, comerciais. Nada de funk 'proibidão', com letra violenta ou explícita'', conta Jura, 30, o MC mais requisitado do pedaço.

MC POR ACIDENTE

Nascido em Nilópolis, na Baixada Fluminense, Jurandir dos Santos virou funkeiro por acaso. Radicado na capital há cerca de 15 anos, ele cantava em grupos de pagode e se virava como inspetor de uma faculdade. Até que, em 2005, uma brincadeira mudou os rumos de sua trajetória.

No meio de um show, durante o intervalo dos músicos, Jura começou a improvisar rimas e batidas de funk no palco para entreter a platéia. A ideia deu tão certo que, com o tempo, o artista vislumbrou outro ''mercado'' e trocou de estilo. Hoje, faz cerca de oito apresentações mensais, por cachês que podem chegar a R$ 1.500. Dedica-se apenas à música e já tem várias faixas gravadas, como ''Te Faço Gemer'', ''Toma Pressão'' e ''Mexe Danadinha'' (todas mixadas por um produtor da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro).

Acompanhado do grupo de dançarinas As Causadoras do Funk, o MC rapidamente se tornou sinônimo de funk na região. Só no último ano, esteve em Londrina, Maringá e em cidades do litoral do Paraná e de Santa Catarina. Em Curitiba, anima eventos tanto na periferia quanto nos bairros nobres da cidade. Virou moda entre os DCEs de faculdades contratá-lo para comandar suas festas.

''Como o povo daqui é mais fechado, o lance é chegar com carisma e humildade'', ensina o MC, que se considera paranaense e não pensa em fazer carreira em sua terra natal. ''Se acontecer, será ótimo. Mas é aqui que o negócio está começando a crescer. No Rio, nasce um MC todo dia'', diz.

UM MONSTRO MAIOR


Essa tira do Laerte (clique nela para ver melhor) me fez voltar a um assunto em que já venho pensando há algum tempo.

Não gosto (e até sou vítima, em algumas situações) da cultura do politicamente correto. Mas a verdade é que esse monstro acabou criando outro maior ainda.

Como reação ao bom-mocismo reinante, surgiu uma turma que tem o radicalismo e a incorreção como princípios básicos.

São os polemistas de plantão, sempre prontos para destilar sua raiva contra qualquer coisa minimamente progressista ou liberal. Só pelo prazer de ser do contra e sem o menor interesse em discutir realmente as questões.

Pode ser o Lula, a novela do Manoel Carlos, o sistema de cotas, Obama ou Avatar. Não importa. O negócio é citar Nelson Rodrigues (que eu adoro) e mandar bala!

Quando se tem 20 e poucos anos, tudo bem. É até saudável. Mas o que tem de homem feito achando bonito ser assim... Na imprensa então, nem se fala.

E o pior é que, normalmente, são pessoas inteligentes, com boas sacadas e texto afiado. Pena que tomam uma colher de esgoto no café da manhã. Só isso explica tanto mau humor.

NÃO FOI UMA VERGONHA


Sinceramente, não acho que o Boris Casoy quis ofender os garis. Ele cometeu, isso sim, uma tremenda gafe ao falar na hora errada (tem que esperar sair do ar, né?).

Tive a impressão de que o comentário foi sobre a mediocridade dessas pautas de fim de ano. Além do mais, o que aqueles dois lixeiros (sorry, garis) têm para comemorar?

O mal do jornalismo é que o produto tem de estar na rua mesmo quando não há assunto. Por isso é bom ter um blog...

SHERLOCK PORRADEIRO


De volta às cabines de imprensa, hoje vi Sherlock Holmes.

O visual é envolvente e o elenco está muito bem (o filme é um veículo para o Downey jogar charme o tempo todo). Mas as coisas que esse Guy Ritchie faz são sempre meio vazias, não?

O trailer - e a própria ideia de um Sherlok porradeiro - me fizeram esperar mais. Ainda prefiro O Enigma da Pirâmide.