NEM PÂNICO, NEM CQC



O melhor programa de humor da tevê brasileira é o Vinho à Mesa. Nas madrugadas de segunda para terça, à 0h30, na Rede TV.

MEUS SHOWS DO ANO


1. Erasmo Carlos (Virada Cultural)

2. Afrika Bambaataa (John Bull Music Hall)

3. Cidadão Instigado (John Bull Pub)

4. Melina Mulazani e Os Mulheres Negras (Paiol)

5. Arlindo Cruz (Vanilla)

6. MV Bill (Yankee)

7. Sandra de Sá (Virada Cultural)

8. Charme Chulo (Jokers)

9. Do Amor e Banda Gentileza (Jokers)

10. Panelaço / Várias bandas (Virada Cultural)

MEUS FILMES DO ANO


ESTRANGEIROS

1. Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme

2. Ilha do Medo

3. Cyrus

4. Destinos Ligados

5. Amor Sem Escalas

6. Greenberg

7. A Estrada

8. Zumbilândia

9. A Rede Social

10. Homem de Ferro 2


NACIONAIS

1. Uma Noite em 67

2. Como Esquecer

3. Tropa de Elite 2

4. É Proibido Fumar

5. A Suprema Felicidade

MEUS DISCOS DO ANO


INTERNACIONAIS

1. Janelle Monáe - The ArchAndroid (Suites II and III)

2. Big Boi - Sir Lucious Left Foot: The Son of Chico Dusty

3. Kanye West - My Beautiful Dark Twisted Fantasy

4. Manic Street Preachers - Postcards from a Young Man

5. Ariel Pink's Haunted Graffiti - Before Today

6. N.E.R.D - Nothing

7. Tame Impala - Innerspeaker

8. Girl Talk - All Day

9. Prince - 20Ten

10. Cee Lo Green - The Lady Killer


NACIONAIS

1. Lurdez da Luz - idem

2. Seu Jorge e Almaz - idem

3. Cérebro Eletrônico - Deus e o Diabo no Liquidificador

4. MV Bill - Causa e Efeito

5. Emicida - Emicídio

ENTREVISTA: ANDRÉ GONZALES (MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU)


Os brasilienses tocam em Curitiba no domingo, com os locais do Gentileza. Seguem trechos do papo.

BASE EM BRASÍLIA

Há uma vantagem de estar Brasília, pois nos últimos anos surgiram novos palcos, novos festivais no Brasil. O circuito dos festivais saiu do eixo Rio-São Paulo e agora está forte também no Norte e no Nordeste. Nesse sentido, Brasília é um ponto estratégico para viajar e atingir o país de forma mais ampla.

Claro que em São Paulo a circulação de gente, mídia e investimento é bem maior. Isso é visível no nosso calendário deste ano, em que tocamos mais no estado de São Paulo do que no Distrito Federal. Talvez tívessemos uma redução de custos morando lá, mas ficando aqui a gente faz mais pela nossa cidade.


BANDA-EMPRESA

Só dois integrantes têm outros empregos, o restante se dedica exclusivamente à banda e participa da divisão das tarefas. No fim de 2009, recebemos uma consultoria em administração, de um grupo da UNB, que estruturou o Móveis como se fosse uma empresa, em setores. Comunicação, finanças, administrativo, logística, relações instituicionais, vendas...

Hoje somos uma empresa mesmo, emitimos nota fiscal. A gente ainda está aprendendo, ainda tem que melhorar alguns processos. Mas somos muito cautelosos. Não queremos inflar demais nossa estrutura, para não criar uma dependência disso. Além do mais, se você aumenta o volume de pessoas trabalhando com a banda, passa a ser responsável por elas.

Ninguém gosta de fazer contas, montar tabelas. É chato mesmo. Mas vale a pena. Porque quando você cuida do próprio negócio, passa a colocar na parte burocrática os valores que já coloca na parte artística. No nosso caso, são coisas em que a gente acredita, como o processo coletivo, o desapego, a flexibilidade.


LETRAS EM SEGUNDO PLANO?

De fato, as letras da banda são pouco comentadas em comparação com os shows, com a interação da plateia. Mas cada disco tem uma temática definida.

O primeiro fala, de forma geral, do indivíduo na modernidade. Um personagem que tem a necessidade de agradar a todos, cheio de compromissos e sem tempo de cumprir todos eles. É uma sátira, bem irônica e nonsense, ao comportamento humano.

O segundo disco já fala de outra coisa. É reflexo do processo de criação coletiva que foi sendo construído na banda e também da nossa relação com o público. Ou seja, o assunto é o próprio processo. É essa troca.


TERCEIRO ÁLBUM

O álbum cheio é importante, sim. Para a banda, o público e a mídia. Porque ele tem um conceito, uma identidade definida. E isso facilita o diálogo.

No começo do ano que vem, vamos entrar em estúdio com um produtor (Dudu Marote) para gravar um EP, talvez com três músicas. É uma forma de não deixar o público sem material novo e, ao mesmo tempo, dar um primeiro passo para o terceiro disco. A ideia é que o álbum fique pronto até o fim do ano que vem. Mas acho que o lançamento mesmo só vai acontecer em 2012.


AVALIAÇÃO 2010

Em todos os anos da nossa história a gente sentiu um crescimento. A trajetória da banda é progressiva, é uma caminhada. Não acontece nada de repentino. Estamos construindo uma relação sólida com o nosso público.

Mas 2010 começou muito bem, com os shows e a gravação do DVD no auditório do Ibirapuera. Teve ainda o festival Natura Nós About Us, a música na novela, o projeto de covers Adoro Couve e mais uma edição do nosso próprio evento, o Móveis Convida.

Este ano também começamos a nos envolver mais na discussão sobre a música em Brasília, participando da Cebac-DF, a Comissão de Bandas e Artistas Circulantes. A ideia é organizar os artistas para ter uma representação política maior.

ENTREVISTA: MV BILL


O rapper lança hoje, em Curitiba, o disco Causa e Efeito (2010). Seguem trechos da entrevista que fiz com ele para A Outra Folha da Terra.

MÚSICA

Esse é, com certeza, o meu melhor momento musical. Ou, talvez, o primeiro momento em que eu consigo equilibrar todas as minhas atividades. Porque a minha música nunca teve tanta atenção. Mas nunca fui frustado pelo fato de os meus discos não terem tanta visibilidade quanto os meus feitos sociais.

(...) Esse disco é um dos mais diversificados e politizados da minha carreira. Mas também tem um certo resgate, uma conexão com uma realidade que eu vivi quando gravei o Traficando Informação (2000). Em algumas músicas, falo do tratamento desdenhoso que a polícia e a clásse média dão para a juventude e os moradores de favela. Um distanciamento que continua igual.

(...) Aprendi a não podar minha música, a não querer controlar quem ela poderia atingir. Percebi que muitas pessoas para quem eu direcionava meu trabalho não estavam nem aí para ele. Queriam curtir outros ritmos, outros tipos de som. Hoje, muita gente que não é pobre e nem favelada gosta da minha música. E isso não me preocupa mais.


GUERRA CONTRA O TRÁFICO

Particularmente, não olho isso com espanto. Quem acompanha o rap desde os anos 90 sabe que o barril de pólvora já estava armado faz tempo. Muitas pessoas viviam da venda de drogas e concentravam um grande poderio bélico. Quando o Estado decidiu desarmá-las, elas reagiram com violência. Só espero que esse não seja o único tentáculo do Estado no Alemão. Que outros exércitos, sociais, sejam enviados para lá também.

(...) A Cidade de Deus foi uma das primeiras comunidades a receber a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Como a gente não tinha referência do que era a UPP, e ninguém explicou direito, não soube se preparar para a invasão.

(...) Não sei quantificar os excessos cometidos por policiais. Mas se aconteceu uma vez, para mim já é decepcionante. Porque a população das comunidades não é contra a polícia, e sim contra a metodologia usada por ela. Em 2007, por exemplo, a Cufa (Central Única das Favelas) fez uma pesquisa para saber o que os moradores da Cidade de Deus achavam do Caveirão. E, surpreendentemente, a maioria aprovou.


MEDO

O momento mais complicado, tenso e triste da minha vida foi em 2002. Eu estava andando pela Cidade de Deus quando um policial me abordou e ficou andando 20 minutos comigo, com um revólver nas minhas costas. Me chamou de macaco, ridicularizou minhas tatuagens. Eu já era uma referência na comunidade, e todas as crianças viram aquilo, os moradores ficavam pedindo para ele me soltar.

(...) Esse policial foi assassinado no ano passado. Parece que era envolvido com mílicias, respondia a dois processos por agressão a civis. Durante muito tempo tive receio de que ele voltasse para me matar.

AVIÃO COM TIRIRICA FAZ POUSO DE EMERGÊNCIA...



... em 1996.

O REI DA FAROFA


Let’s have a toast for the douchebags
Let’s have a toast for the assholes
Let’s have a toast for the scumbags
Every one of them that I know


Alô, povo "alterna"! Dessa vez não tem desculpa, hein? Até a bíblia indie-esquisitona deu nota máxima para o disco novo do Kanye West!



Baixe aqui My Beautiful Dark Twisted Fantasy. Mais uma obra de arte-farofa do boçal (agora assumido, arrependido) mais talentoso do pop.

E para quem já curte, saca só o que vem por aí...

SENTIMENTOS CONTRADITÓRIOS QUE SURGEM NESSA ÉPOCA DO ANO


Da série Releases Inesquecíveis.

Fim de ano é tempo de alegria, confraternização e trocas de presentes. Certo? Nem sempre.

A angústia de ter de passar as festas com familiares com os quais, muitas vezes, não se tem qualquer afinidade; a frustração de não ter conseguido alcançar seus objetivos durante o ano e até a tristeza de ter terminado um relacionamento ou de ter perdido um ente querido são sentimentos que podem ser tratados com os Florais de Bach originais.

Os Florais de Bach originais, essências de 38 plantas que ajudam no restabelecimento do equilíbrio emocional, podem auxiliar – e muito – no combate aos sentimentos contraditórios que surgem nessa época do ano, que deveria ser só de alegrias.

A Educadora em Florais de Bach XXXXX, uma das brasileiras que mais entendem dessa terapia e que a estuda constantemente, dá dicas para acabar com os conflitos que surgem nessa época e aproveitar melhor o final de ano:

(...) Para quem não projeta sua felicidade no presente – e fica vivendo no futuro – o floral mais adequado é o Clematis.

Se você faz o que não gosta por não saber dizer não, use o floral Centaury (...)

Se, no amigo secreto do trabalho, você tirou aquela pessoa da qual não gosta, use o floral Walnut, indicado para a manutenção da individualidade. A pessoa não se influencia pelos outros (...)

THE MIDNIGHT SPECIAL (9) - JERRY LEE LEWIS E BEE GEES



The best things in life are free
But you can keep them for the birds and bees

ENTREVISTA: TÚLIO BRAGANÇA (PAGODEVERSIONS)


Versão original da matéria que fiz para a Fôia.

BRING THE CAÇAMBA

Conhecido por suas versões indie de hits do pagode, Túlio P & B se apresenta hoje em Curitiba

Intenso, melancólico e hipnótico são alguns dos adjetivos que podem definir o grupo Hotel Avenida, que se apresenta hoje no Wonka Bar, em Curitiba. O show marca o lançamento do primeiro DVD da banda e a estreia de novos integrantes (que se somam à dupla Ivan Santos e Giancarlo Rufatto). Mas o dado curioso da noite fica por conta de uma atração de abertura, digamos, contrastante: Túlio Pires Bragança, a figura por trás do projeto Pagodeversions.

Em meados de 2009, Túlio se tornou uma celebridade instantânea da internet graças a uma série de vídeos despretensiosos, em que aparece cantando e tocando violão em casa. No repertório das gravações, apenas versões em inglês, ao pé da letra, de hits do pagode romântico dos anos 90. Músicas como ''Brown Good Good'' (''Marrom Bombom''), ''I've Fallen in Love With the Wrong Person'' (''Me Apaixonei pela Pessoa Errada'') e ''Bring The Caçamba'' (''Traz a Caçamba'').

Ao todo, são 17 vídeos, que já foram vistos mais de 300 mil vezes no YouTube. Segundo o próprio músico, trata-se um número pequeno se comparado a outros ''virais'' famosos da web. A repercussão da brincadeira, no entanto, foi surpreendente. Entre agosto e dezembro do ano passado, o Pagodeversions ganhou destaque em revistas, sites, telejornais e programas de variedades. Até no Caldeirão do Huck ele se apresentou.

''Só não toquei no programa do Netinho de Paula porque me bateu uma crise. Não queria que me vissem como um palhaço'', confessa. O primeiro e único show, realizado no fim de 2009, também o fez repensar o projeto. ''Muita gente disse que foi um stand-up comedy com música. E isso para mim não é bem um elogio'', afirma.

Túlio é publicitário e vivia em Buenos Aires, por motivos profissionais, na época do sucesso relâmpago do Pagodeversions. O que explica um pouco a essência do projeto. ''Quando você mora fora do Brasil, certas coisas ganham outros significados. Às vezes, eu ouvia um refrão do Jota Quest e aquilo me trazia um sentimento. Se estivesse aqui, acharia uma droga'', explica.

Mas, afinal, a exposição midiática, mesmo que breve, reverteu-se em algum dinheiro? ''Não, porque eu não fui atrás. Deveria ter sido mais empreendedor'', reconhece. ''Por outro lado, isso virou uma referência profissional em entrevistas de emprego e reuniões na agência. Esses dias, meu chefe queria me apresentar e mostrou um dos vídeos'', completa.

Para o show desta noite, o músico (que agora assina Túlio P & B) promete um repertório híbrido. Acompanhado do amigo Walter Petla, vai mostrar suas famosas versões indie-pagodeiras e canções de uma banda britpop em que tocou no início dos anos 2000, Johnz. A novidade fica por conta de um cover de ''Não Faz Mal'', da baiana Mara Maravilha.

Já disponível no YouTube, a releitura pode ser o pontapé inicial de um novo projeto. A ideia, ele adianta, é gravar hits infantis com arranjos inspirados na sonoridade de artistas como Belle & Sebastian e Jens Lekman. Uma proposta mais lúdica do que cômica. ''Se você prestar atenção, músicas como 'Cãozinho Xuxo', ou 'Pra Ver se Cola', do Balão Mágico, têm letras deprê. No fundo, são todas muito tristes''.

MEDO


Medo de ver a polícia estacionar à minha porta.
Medo de dormir à noite.
Medo de não dormir.
Medo de que o passado desperte.
Medo de que o presente alce voo.
Medo do telefone que toca no silêncio da noite.
Medo de tempestades elétricas.
Medo da faxineira que tem uma pinta no queixo!
Medo de cães que supostamente não mordem.
Medo da ansiedade!
Medo de ter que identificar o corpo de um amigo morto.
Medo de ficar sem dinheiro.
Medo de ter demais, mesmo que ninguém vá acreditar nisso.
Medo de perfis psicológicos.
Medo de me atrasar e medo de ser o primeiro a chegar.
Medo de ver a letra dos meus filhos em envelopes.
Medo de que eles morram antes de mim, e que eu me sinta culpado.
Medo de ter que morar com a minha mãe em sua velhice, e na minha.
Medo da confusão.
Medo de que este dia termine com uma nota infeliz.
Medo de acordar e ver que você partiu.
Medo de não amar e medo de não amar o bastante.
Medo de que o que amo se prove letal para aqueles que amo.
Medo da morte.
Medo de viver demais.
Medo da morte.

Já disse isso.


Raymond Carver, em All of Us: The Collected Poems (via Allan Sieber).