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DESENHO COM DATA DE VALIDADE


A nova empresa de animação Illumination Entertainment parece já ter encontrado um nicho de mercado: os desenhos para as crianças pequenas. Foi assim com seu primeiro projeto, o bem-sucedido Meu Malvado Favorito (2010), cuja principal marca era justamente deixar de lado o humor esperto e as referências pop que os pais tanto curtem em títulos como Shrek e Monstros vs. Alienígenas.

Menos de um ano depois, a companhia volta a bater nessa tecla, dessa vez com Hop - Rebelde Sem Páscoa, que estreia hoje no país. Espécie de "Alvin e os Esquilos com coelhos", a produção combina personagens animados com atores de carne e osso para contar uma história completamente ingênua. O problema é que o filme parece ter sido feito a toque de caixa. E não deve durar muito na memória dos pequeninos (quanto mais na dos pais).

Com direção de Tim Hill (o mesmo de Alvin), Hop começa na Ilha de Páscoa, onde o pequeno Junior é preparado para substituir o pai, o próprio Coelho da Páscoa, na missão de fabricar e distribuir doces. Enquanto isso, em Los Angeles, um menino chamado Fred cresce com a certeza de que um dia viu o comedor de cenoura deixando uma cesta com chocolates na porta de sua casa

Vinte anos depois, Junior quer ser baterista profissional - e foge para Hollywood em busca da fama. Já Fred (James Mardsen, de Encantada), desmotivado para o trabalho, é pressionado pelos pais a amadurecer na marra. Os dois acabam se cruzando e, juntos, "aprontam as maiores confusões", como diria o locutor dos comerciais da Sessão da Tarde.

Como em Alvin, Zé Colmeia, Garfield e outras produções do gênero, os bichinhos nem sempre casam direito com os personagens humanos. Não à toa, as melhores sequências do filme se passam na fábrica de doces, com seus pintinhos operários e engenhocas no estilo Willy Wonka. O destaque, por sinal, fica por conta do pinto-chefe, Carlos, o mau-humorado braço direito do Coelho da Páscoa.

Mas tanta cor e fofura não compensam o roteiro preguiçoso e a atuação infantilizada (no pior sentido do termo) de Mardsen. Resta fazer o teste com quem realmente interessa. Se as crianças saírem do cinema já pensando em lanchar, é porque Hop tem mesmo uma data de validade: o domingo de Páscoa.

FALTOU FUNK


Com o cacife de quem comandou o filme mais assistido no mundo em 2009 (A Era do Gelo 3), o brasileiro Carlos Saldanha se viu autorizado a puxar a brasa para a própria sardinha. E desfrutou dessa liberdade muito bem, como se pode conferir em Rio, uma das animações mais bonitas, visualmente falando, já produzidas pelos estúdios americanos.

Em cartaz a partir de hoje, o desenho também é o maior lançamento da história da 20th Century Fox no país. Uma estratégia ousada, que inclui a exibição em mil salas (em cópias tradicionais e 3D) e uma campanha publicitária onipresente. Até a prefeitura carioca entrou no embalo, bancando uma ala inteira da escola de samba Salgueiro dedicada aos personagens.

Rio começa com um balé de pássaros, que rapidamente são caçados por traficantes de animais silvestres. Entre os capturados está o protagonista, Blu, uma arara-azul bebê que ainda não aprendeu a voar. Seu destino é uma cidade gelada dos EUA, onde ele felizmente recebe um tratamento de "gente" por parte de sua dona, Linda.

Sua rotina pacata é interrompida com a chegada de Túlio, um biólogo brasileiro que quer levá-lo ao Rio de Janeiro, para cruzar com a última fêmea da espécie. Acompanhado de Linda, ele chega à cidade em plena movimentação carnavalesca - com direito a dicas das aves "malandras" do pedaço e foliões sambando com pouca roupa no meio da rua.

Logo depois que Blu conhece a arara Jade, o pior acontece. Os dois são sequestrados por contrabandistas e vão parar num barraco de favela, onde centenas de outros pássaros estão engaiolados, prontos para serem vendidos. E o casal que até então não tinha química terá de superar suas diferenças para sobreviver.

O choque cultural, portanto, é o tema central de um filme que apresenta duas visões do Brasil. De um lado, há a paixão (e uma certa nostalgia) de Saldanha, que concebeu e dirigiu o projeto. Do outro, os inevitáveis estereótipos tupiniquins que fazem parte do imaginário dos americanos responsáveis pelo roteiro.

Sendo assim, o Rio de Janeiro romantizado da tela não chega a incomodar os nativos. Pelo contrário. Os cenários são tão caprichados que os adultos até ignoram os clichês, as piadas fraquinhas e o ritmo meio morno de parte da história. O único senão é a constrangedora trilha sonora de Sergio Mendes - uma mistura de Broadway com batucada para gringo ouvir. Faltou mais funk nessa receita (e, pensando bem, de modo geral).

"TEM VÁRIOS OGROS"


Com preguiça de escrever sobre Shrek Para Sempre, passei a bola para a Cecília (6 anos).

— Você sabe que eu escrevo sobre filmes no jornal e no meu site, né? Se você tivesse um site, o que escreveria sobre Shrek Para Sempre?

— Que é muito legal, muito emocionante, tem vários ogros... E et cetera!


Fica a dica.

DA SÉRIE "BONZINHO NO GÊNERO"


Primeira protagonista negra da Disney, ambientação em Nova Orleans, retomada da animação tradicional...

A Princesa e o Sapo tem lá seus méritos, claro. Mas é aquele tipo de filme "competente" que não me fisga.

Ceci e Bia também não se empolgaram muito. Quem sabe em home video?

CINEMA-CATÁSTROFE


Filmes que não acabam mais.

No domingão, foi a vez de Tá Chovendo Hamburguer, com as meninas. E acho que me diverti mais do que elas.

A animação tem o tipo de humor nonsense que me agrada. Lá pelas tantas, vira uma paródia muito bem sacada do cinema-catástrofe.

Gostei mais do que Up, A Era do Gelo 3 e outros congêneres deste ano.

BONZINHO NO GÊNERO


Cinema, para variar. Agora com as garotas.

Up - Altas Aventuras não tinha como ser ruim. É só "bonzinho no gênero", como diria aquele personagem do Ziraldo.

A estrutura narrativa é igual a de Wall-E. Triste e poético no começo. O humor e a aventura engrenam mais tarde.

Vale mesmo pelos "cachorros falantes", a melhor piada do filme. Deveriam ganhar uma animação própria.