Mostrando postagens com marcador teatro guaíra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador teatro guaíra. Mostrar todas as postagens

PRESENÇA SIMBÓLICA


Aos 89 anos, Dona Ivone Lara é mais uma presença simbólica no palco do que qualquer outra coisa. Fica paradinha, numa cadeira estilo Painho, soltando uns "lalaiás" aqui e ali. Parece a Vovó Zilda, da Família Dinossauro.

Mas o show no Guairão foi maneiro do mesmo jeito. Pela força de vontade dela, pelo conjunto afiado, pelo repertório... Fico no aguardo da próxima atração do projeto Quadra Cultural: Odair José.

A FORÇA QUE NUNCA SECA


Meu primeiro show da Bethânia foi surpreendente. Pensei que, aos 63 anos, ela não teria o mesmo pique de antes. Felizmente, descobri que estava enganado logo no início (eletrizante) da apresentação do último sábado, no Guairão.

A baiana continua sendo "uma força da natureza", como diria o outro. Mostra vigor até nos momentos mais intimistas. Coisa de quem acredita em cada verso que canta - e canta como se estivesse mandando recados.

Do cenário aos músicos, o aparato é enxuto e eficiente. Principalmente a banda, que faz uma síntese sofisticada de ritmos regionais e latinos. Aliás, a própria cantora é uma espécie de guardiã de sons esquecidos.

Mas nem tudo é passional e primitivo na artista. Como poucas, ela sabe o que quer e como conduzir sua carreira. Mesmo a Gal se perdeu - e hoje só acerta se tiver um produtor de peso por trás. Terminado o espetáculo, tive a certeza: estava diante da cantora mais inteligente do Brasil.