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"CAÇADORES DE PERU"


— Essa gentinha sacana faz de tudo para te destruir. São caçadores de peru. Sabe como se caça peru? Atirando naquele que levanta a cabeça. Aqui só sobrevive quem não se sobressai. Por isso é uma cidade tipicamente classe média. (...)

— Quem continua comandando a cidade? Veja os sobrenomes. Caramba, tudo na mão deles, uma elite que não produziu nada de importante, apenas administrou riquezas, controlando posições de mando. (...)

— Agora tire a contribuição do pessoal do interior, dos que vieram de outros estados, o que sobra de Curitiba? (...) Tudo aqui é importado. Falsamente europeia. Uma cidade que copia estilos, dirigida por imitadores.


Miguel Sanches Neto em Chá das Cinco com o Vampiro.

DALTON FALA


(...) Estamos em uma movimentada esquina. O sinal fecha.

– Dalton? – eu pergunto. Ele vira e me olha desconfiado. Peço um autógrafo nos três livros que retiro de dentro de uma sacola plástica.

Ao se deparar com uma rara primeira edição de Cemitério de elefantes, publicada em 1964, o contista reclama:

– Mas esta edição eu renego! Já reescrevi diversas vezes! (...)


No ano passado, a Folha de Londrina publicou uma matéria de um estudante de jornalismo de Maringá, Alexandre Gaioto. Era o relato de uma conversa que ele teve com o Dalton Trevisan. Com um detalhe: em nenhum momento, o rapaz revelou ao escritor que transformaria aquele encontro numa reportagem.

Rolou uma certa polêmica interna na época, com parte da redação indignada com a suposta falta de ética do estudante. Eu, que achei a história engraçada (e não tenho toda essa tara pelo Vampiro), defendi a publicação da matéria.

Um ano depois, o sujeito voltou a Curitiba e perseguiu o Dalton novamente. O reencontro, desta vez, foi parar no Jornal do Brasil (leia aqui).

Continuo a favor da "estratégia". E você?