Mostrando postagens com marcador michael jackson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador michael jackson. Mostrar todas as postagens

MEU AMIGO ARTISTA


Hoje mesmo repeti para um colega da rádio uma das minhas estratégias para sobreviver por mais de dez anos (e com o mínimo de dignidade) no jornalismo cultural. É bem simples, na verdade: não ser amigo dos artistas.

Claro que me dou bem com vários. Alguns até já foram na minha casa. Só não sou um Nelson Motta da província, como muitos adoram ser. Ou pensam que são.

Meu único amigo artista é o Fernando, que mora no Rio. Fernando Ceylão. Humorista, ator, dramaturgo, redator, diretor de teatro e tevê (já viu Amorais, no Canal Brasil?). E também pioneiro do stand up comedy tupinambá. Um dos raros comediantes realmente engraçados do meio, diga-se.

Mas essa amizade vem da adolescência, na Tijuca. Quando a gente já sabia o que queria ser na vida. Ele bem mais do que eu, tanto que colocou todo o seu foco nisso - e está dando certo.

Fernando também tem um blog maneiro, que voltou a atualizar depois de meses. É curioso como alguns dos textos dele batem com os meus (e olha que não conversamos direito há um tempão!) . Foi de lá que tirei a foto improvável e genial deste post.

LENHA PARA QUEIMAR


Não resisti e vi, ontem mesmo, This is It. E não é que o filme superou minhas expectativas? Algumas observações e destaques de bate-pronto:

— A série de apresentações que o Michael faria em Londres não era uma fuleiragem para faturar um trocados. Pelo contrário. O espetáculo, dirigido pelo coreógrafo Kenny Ortega (Xanadu, Dirty Dancing, High School Musical, etc.), tinha tudo para ser um dos maiores shows da história do pop.

— O time de apoio era fantástico! Dos músicos aos bailarinos, MJ estava cercado dos melhores.

— Michael dominava como poucos o próprio repertório. Sabia exatamente o que exigir dos músicos - e a emoção que devia tirar de cada canção. Sua performance de "Human Nature" é um dos pontos altos do filme.

— Ele era bizarro? Sim. Mas educadíssimo, bem-humorado e carinhoso com as pessoas. This is It humaniza o mito.

— Kenny Ortega é "o" cara. Acabo de descobrir que até a coreografia de Curtindo a Vida Adoidado é dele.

— Em vários momentos, a gente se esquece que o performer genial na tela é um sujeito de 50 anos. Que forma!

— Que voz! E olha que ele estava se poupando (como é natural em ensaios).

— Agora tenho minhas dúvidas se a temporada em Londres era mesmo um sacrifício para Michael. Pelo que se vê no filme, ele estava muito envolvido.

— Entrei no cinema preparado para ver um freak show e saí com a certeza de que o artista, apesar de tudo, não havia perdido sua essência. Trocando em miúdos, Michael Jackson ainda tinha lenha para queimar. Mostrar isso é o grande trunfo de This is It.