MEUS FILMES DO ANO
1. Melancolia
(de Lars von Trier, com Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg)
2. Além da Vida
(de Clint Eastwood, com Matt Damon e Cécile De France)
3. Um Novo Despertar
(de Jodie Foster, com Mel Gibson e Jodie Foster)
4. A Pele que Habito
(de Pedro Almodóvar, com Antonio Banderas e Elena Anaya)
5. O Vencedor
(de David O. Russell, com Mark Wahlberg e Christian Bale)
6. Sentimento de Culpa
(de Nicole Holofcener, com Catherine Keener e Oliver Platt)
7. Todo Mundo Tem Problemas Sexuais
(de Domingos Oliveira, com Pedro Cardoso e Cláudia Abreu)
8. Inverno da Alma
(de Debra Granik, com Jennifer Lawrence e John Hawkes)
9. Fúria sobre Rodas
(de Patrick Lussier, com Nicolas Cage e Amber Heard)
10. Vejo Você no Próximo Verão
(de Philip Seymour Hoffman, com Philip Seymour Hoffman e Amy Ryan)
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MEUS DISCOS DO ANO
INTERNACIONAIS
1. Destroyer – Kaputt
2. Friendly Fires - Pala
3. TV On The Radio – Nine Types of Light
4. Jamie Woon – Mirrorwriting
5. Theophilus London – Timez Are Weird These Days
6. Gotye - Making Mirrors
7. Buffalo Tom - Skins
8. Tahiti 80 - The Past, The Present & The Possible
9. Washed Out – Within and Without
10. Mastodon - The Hunter
NACIONAIS
1. Erasmo Carlos - Sexo
2. Junio Barreto - Setembro
3. Rubinho Troll - Stinkin Like a Brazilian
4. Lê Almeida - Mono Maçã
5. Kassin - Sonhando Devagar
6. Fábio Góes - O Destino Vestido de Noiva
7. mundo livre s/a - Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa
8. Emicida - Doozicabraba e a Revolução Silenciosa
9. Rômulo Fróes - Um Labirinto em Cada Pé
10. Banda Uó - Me Emoldurei de Presente pra te Ter
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PENSE NISSO!
Fui obrigado a resgatar a série Releases Inesquecíveis.
É natural nos querermos o melhor, principalmente qdo isso implica na questão financeira, e tbm no bem estar pessoal.
Porém, sempre devemos analizar a situção e os diferenciais que estamos a enfrentar. Estou escrevendo esse E-mail a vc, e não quero me estender muito.
Se você tem dinheiro pra comprar um Fusca ou tbm um Vectra, com qual carro vc ficaria? Quais o beneficios q ambos te ofereceriam, qual o custo beneficio, valeria a pena pagar menos pelo fusca, ou pagar mais pelo Vectra?
Nos deparamos no dia a dia com varios covers de THE DOORS, eu posso montar um super cover de THE DOORS e oferecer a vcs por um preco super irrisorio, porém, onde está o diferencial dele? Como posso acrescentar no valor moral e intelectual de seus Eventos e Estabelecimentos?
Pense nisso!
Uma banda reconhecida pelos Integrantes Vivos da banda THE DOORS original, como sendo a melhor banda cover da América Latina, não pode ser questionada por nós, pois quem compôs, gravou e executou as musicas originais por toda suas vidas ja deram esse Título!
Venho através deste lhe apresentar um pouco do trabalho da banda 5TO1, Cover Oficial Latino Americano do THE DOORS, reconhecimento este, dado pelos Remanescentes Ray Manzarek e Robby Krieger no encontro com os musicos em uma apresentação realizada no HSBC em São Paulo em 2008.
Confira o material da banda e conheça uma das únicas bandas covers do Brasil com reconhecimento dos músicos originais.
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POTENCIAL
Isso de potencial não quer dizer nada. Você tem que realizá-lo. Qualquer bebê abandonado numa caixa de sapato tem mais potencial do que eu.
VI SHOWS: LUCAS SANTTANA E DO AMOR (AMBIENTAL, 26/8)
A ideia original era ver MV Bill, Emicida e outros menos votados no Master Hall. No entanto, uma gripe me impedia de enfrentar a maratona que é um show de rap em Curitiba. Os artistas se embaçam, a programação atrasa, a cerveja é cara... Sem contar as tretas.
Em julho, quando os Racionais tocaram no mesmo local, quase voou um sofá do camarote para a plateia. Eu mesmo, sem querer, derrubei bebida num cara do andar debaixo e por pouco não tomei porrada na saída. Por essas e outras, preferi me resguardar e acho que fiz bem, já que no dia seguinte o próprio Emicida reclamou de confusão via Tuíter.
No melhor estilo "classe média sofre", optei pela tranquilidade de assistir ao Lucas Santtana no Ambiental Bar. Ainda que não seja grande fã, acompanho o baiano desde o primeiro disco, quando o entrevistei para o Planeta Diário – digo, Gazeta do Povo. Mas pesou na decisão a informação de que sua banda de apoio, Seleção Natural, conta com três integrantes do grupo Do Amor (que conferi ao vivo em 2010 e curti bastante).
Aliás, a apresentação da última sexta-feira foi a terceira do Do Amor por aqui em poucos meses – e a segunda do Lucas. Enquanto isso, artistas que lançaram bons discos em 2011 (Rômulo Fróes, Criolo, Fábio Góes, etc.) continuam longe dos palcos locais.
BARRADA NO BAILE
Bronca de quem não manja nada de produção à parte, vamos ao que interessa. Chegamos (eu, Fer, Andressa) no Ambiental pouco antes da 0h30. Logo de cara, uma baixa: Andressa deixou a carteira de identidade em casa e foi sumariamente barrada na porta.
Na esperança de que ela voltasse (com a situação regularizada, claro), entramos no bar quando os músicos já estavam se ajeitando no palco. Além dos "três do Amor", a banda ainda tinha, nas programações eletrônicas, um careca que eu não conhecia e o multiinstrumentista Lucas Vasconcelos, da ótima dupla Letuce. Grata surpresa!
Mal a primeira música começou, outra boa notícia: Andressa estava de volta na área, bem como outros conhecidos gente fina (Enio, Matheus, Vinícius, Cristiano, Constance, Heitor). Na real, o lugar não estava cheio, longe disso. Mas como boa parte dos grandes shows que eu vi na vida foi um fracasso de público, não desanimei.
E nem poderia, já que os seis entraram em cena com todo o gás, colocando todo mundo para dançar. Passaram pelo rock, reggae, dub, funk (carioca, inclusive) com uma facilidade impressionante. Cheguei a pensar: "E ainda tem gente que prefere balada com DJ".
No meio do povo, um sujeito de cavanhaque e camisa do Sport Club do Recife parecia estar numa festa pela primeira vez. Como pulava, o doido! Lá pelas tantas, tentou, em vão, puxar umas meninas para dançar carimbó, ou algo que o valha. E não é que o danado conseguiu dar uns passinhos com a Andressa?
CADÊ O BAIANO?
O clima só ficou meio estranho quando o Lucas Santtana anunciou que os músicos Do Amor tocariam canções próprias. Até aí, tudo bem, já era esperado. Os cariocas assumiram o comando e a animação da turma continuou igual. O problema é que o baiano desceu do palquinho e nunca mais voltou! Deve ter ido comprar cigarro...
Se ao todo rolou uma hora e quinze de som, foi muito. Ninguém conseguiu esconder o sentimento de frustração – talvez nem os organizadores. Esperávamos um bailão sem hora para acabar e tivemos um "coito interrompido", como bem definiu o Matheus.
"Coisas da vida", diria Vonnegut. Nosso reality show continua na semana que vem, se a programação permitir. Alguma dica?
PS – A foto da vez é da Miriane Figueira. Se alguém mais quiser colaborar, fique à vontade.
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VI SHOWS: KARINA BUHR, GENTILEZA, VENDO 147 (ESPAÇO CULT, 19/8)
A partir de agora, vou tentar comentar os shows que vejo por aí. A ideia é recuperar a cobertura "pós-evento", quase abandonada pela imprensa cultural de hoje em dia.
Em vez de vender os eventos dos outros, como a maioria dos meus colegas se limita a fazer, pretendo mostrar minhas impressões sobre o que já rolou. Mas, pelamordedeus, não esperem resenhas científicas (com set list, ficha técnica, nomes dos músicos)!
Dito isso, lá vai o primeiro esforço da série – batizada de "Vi Shows" em referência ao título bisonho da versão que o Hanoi-Hanoi fez para "Vicious", do Lou Reed. A foto é do Enio Jr.
Costumo dizer que faço parte de uma "gangue de show", com a Fernanda, a Andressa e convidados eventuais. Juntos, já nos divertimos horrores (e tocamos o terror) em vários muquifos desta recatada província. Se bobear, fazemos bagunça até em recital de piano.
No entanto, estávamos separados desde o show do mundo livre s/a, em maio. Por isso, o primeiro programa meia-boca que aparecesse seria uma boa oportunidade para reunir a turma. Resumindo: nenhum de nós é grande fã da Karina Buhr, mas as meninas curtem a banda Gentileza e a noitada no Espaço Cult parecia, para mim, uma ótima forma de fugir do papo furado nos botecos da vida.
Assistimos ao último capítulo de Insensato Coração e pouco antes da meia-noite já estávamos no Largo da Ordem. Fiquei positivamente surpreso com o tamanho amplo do Espaço Cult e, mais ainda, com o início da maratona em horário razoável.
PUNHETAGEM
Até gostei da punhetagem instrumental dos baianos do Vendo 147. Som pesado, clone drum (dois bateristas e um único bumbo), influência de stoner rock... Mas sempre fico com a sensação de que a maioria das novas bandas instrumentais brasileiras tem medo de se arriscar nos vocais. Como se fosse mais fácil não estruturar canções ou escrever letras.
Seja como for, fiquei ouvindo aquilo e imaginando os cinco num flerte com a tradição musical dos trios elétricos de Salvador. Refiro-me aos primórdios do gênero, quando não havia cantores nos grupos que percorriam as ruas da cidade. O resultado seria algo como "Dodô e Osmar from hell" – e levaria a banda a outro patamar criativo.
Também foi engraçado ver alguns indies encarando aquilo como um show de metal. Os meninos batiam cabeça discretamente e tiravam sarro das namoradinhas que não estavam curtindo a barulheira. Acho que não tiveram a manha de ver o Slayer no Master Hall (um dos grandes eventos do ano em Curitóba).
OKTOBERFEST
O lugar já estava razoavelmente preenchido quando o (a?) Gentileza entrou em cena. Entre os incontáveis grupos pós-Los Hermanos curitibanos, o time liderado pelo vocalista/violonista Heitor é o único que me agrada. Principalmente no palco, onde costuma fazer um show divertido.
Mesmo não conseguindo memorizar uma música sequer do sexteto, sempre acabo contagiado pela animação da plateia. Me sinto no pavilhão da Oktoberfest em Blumenau, ainda que o povo identifique influências musicais do Leste Europeu no som deles (será?). Mas eu gostaria mesmo é que fossem mais freaks, anárquicos, frankzappianos.
Naquela altura do campeonato, já havia travado contato com vários conhecidos, especialmente gente do Tuíter (Eder, Priscila, Ariana, Enio, Matheus). Todos, como eu, desconfiados do potencial ao vivo da estrela da noite – uma prova de que o primeiro disco-solo da Karina Buhr não é uma unanimidade fora do eixo São Paulo-Recife.
RECONCILIAÇÃO
Quando o show principal começou, corri para a frente do palco. Estava louco para ver de perto o Edgard Scandurra, integrante da banda de apoio da pernambucana (com o trompetista Guilherme Guizado e outras figuras que não reconheci).
Um dos heróis da minha adolescência, o guitarrista havia caído no meu conceito nos últimos anos, graças às tretas que deram fim ao Ira!. Como alguém disse por aí, "Se o Nasi é realmente o filho da puta dessa história, ele está enganando a gente muito bem".
O fato é que, logo na primeira música, rolou uma "reconciliação" com o antigo ídolo. O cara estava tão feliz, tão animado, que deu gosto de vê-lo tocar. Juro que fiquei emocionado. E pensar que o Fernando Catatau, do Cidadão Instigado, também faz parte da banda (infelizmente, não veio dessa vez).
Mas e a Karina? Vestida com um macacão de paetê dourado, a pernambucana já iniciou a apresentação jogada no chão. Era o sinal de que veríamos um espetáculo de rock and roll, e não um sarau universitário. Dito e feito.
Em pouco menos de uma hora, La Buhr (adoro essas expressões antigas!) dançou, pulou, correu, trepou num ferro, se enrolou no microfone, "foi pra galera"... Se cantou direito, não sei. Mas lavou a alma de quem não aguenta mais a fofura das tiês, tulipas e afins.
Resumo da ópera: a moça pegou todo mundo desprevenido, para o bem e para o mal. Alguns acharam a atuação forçada, fake. Eu prefiro encarar como performática. Para quem já sofreu durante duas horas num teatro, imobilizado, assistindo ao bom-mocismo do Marcelo Jeneci, a zoeira de Karina e sua turma foi simplesmente redentora.
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MEUS DISCOS DO SEMESTRE
INTERNACIONAIS
1. Destroyer - Kaputt
2. TV on the Radio - Nine Types of Light
3. Friendly Fires - Pala
4. Buffalo Tom - Skins
5. Tyler, The Creator - Goblin
6. R.E.M. - Collapse into Now
7. Jamie Woon - Mirrorwriting
8. Cornershop - Cornershop and the Double 'O' Groove Of (featuring Bubbley Kaur)
9. Toro y Moi - Underneath the Pine
10. Tahiti 80 - The Past, the Present & the Possible
11. The Weeknd - House of Ballons
12. Liturgy - Aesthethica
NACIONAIS
1. Rubinho Troll - Stinkin Like a Brazilian
2. Lê Almeida - Mono Maçã
3. La Carne - Acústico Mundo Livre
4. Romulo Fróes - Um Labirinto em Cada Pé
5. Rogério Skylab - Skylab X
6. Domenico Lancelotti - Cine Privê
7. Criolo - Nó na Orelha
8. Banda Uó - Me Emoldurei de Presente para te Ter
BONS DISCOS DE 2010 (QUE EU SÓ OUVI EM 2011)
1. Twin Shadow - Forget
2. Skunk Anansie - Wonderlustre
3. Kvelertak - Kvelertak
4. Gang do Eletro - Volume Beta
5. Letuce - Couves
6. Fino Coletivo - Copacabana
Veja também Meus Discos de 2010.
TODO PAPAI TEM PINGUINS SEXUAIS
É possível ser feliz no amor - e livre no sexo? Esta é a questão central de Todo Mundo Tem Problemas Sexuais, outro bom exemplar do cinema "caseiro" do Domingos Oliveira.
Como é de praxe em sua trajetória, a ordem aqui é reunir os amigos, filmar em apartamentos (ou na rua mesmo) e, acima de tudo, gastar pouquíssimo dinheiro. A diferença, dessa vez, é que se trata da adaptação de uma peça de teatro, com trechos dos ensaios e do próprio espetáculo levados à tela.
Ainda assim, o resultado é tão precário, tecnicamente falando, que chegou a causar estranhamento na plateia do Cinesystem Curitiba. Ou melhor: nos poucos incautos que certamente compraram o ingresso pensando em ver uma globochanchada na linha de A Mulher Invisível, Se Eu Fosse Você e afins.
Mas os seis corajosos espectadores que restaram na sala após os dez primeiros minutos de projeção (o blogueiro não conta, pois é fã do diretor) foram recompensados. Porque o filme tem um humor desbocado, chulo e popular à moda antiga, ao mesmo tempo em que levanta temas delicados sobre a vida a dois.
Uma fórmula que, no entanto, só funciona graças à presença do Pedro Cardoso. Não o da televisão, sempre meio contido - e sim o do teatro. Quem já viu o cara em cena sabe do que estou falando. Poucos atores brasileiros conseguem ser engraçados e sensíveis na mesma medida. PC é um deles, e por isso está perfeito em mais esta pérola despretensiosa do mestre Domingos.
PS - No dia seguinte, levei as crianças para ver Os Pinguins do Papai. Melhor do que eu esperava, a comédia-família surpreende pelo tom nonsense e por revelar um Jim Carrey ainda inspirado. Quem tem filhos pequenos pode ir sem medo de errar.
Como é de praxe em sua trajetória, a ordem aqui é reunir os amigos, filmar em apartamentos (ou na rua mesmo) e, acima de tudo, gastar pouquíssimo dinheiro. A diferença, dessa vez, é que se trata da adaptação de uma peça de teatro, com trechos dos ensaios e do próprio espetáculo levados à tela.
Ainda assim, o resultado é tão precário, tecnicamente falando, que chegou a causar estranhamento na plateia do Cinesystem Curitiba. Ou melhor: nos poucos incautos que certamente compraram o ingresso pensando em ver uma globochanchada na linha de A Mulher Invisível, Se Eu Fosse Você e afins.
Mas os seis corajosos espectadores que restaram na sala após os dez primeiros minutos de projeção (o blogueiro não conta, pois é fã do diretor) foram recompensados. Porque o filme tem um humor desbocado, chulo e popular à moda antiga, ao mesmo tempo em que levanta temas delicados sobre a vida a dois.
Uma fórmula que, no entanto, só funciona graças à presença do Pedro Cardoso. Não o da televisão, sempre meio contido - e sim o do teatro. Quem já viu o cara em cena sabe do que estou falando. Poucos atores brasileiros conseguem ser engraçados e sensíveis na mesma medida. PC é um deles, e por isso está perfeito em mais esta pérola despretensiosa do mestre Domingos.
PS - No dia seguinte, levei as crianças para ver Os Pinguins do Papai. Melhor do que eu esperava, a comédia-família surpreende pelo tom nonsense e por revelar um Jim Carrey ainda inspirado. Quem tem filhos pequenos pode ir sem medo de errar.
É CHATO
Woody Allen é o meu cineasta predileto. No entanto, confesso: gosto menos dos trabalhos em que ele vai fundo no realismo fantástico (ou mágico, como queiram).
Até curto quando o expediente é usado para o humor nonsense, como em Contos de Nova York. Mas o sentimentalismo de A Rosa Púrpura do Cairo, por exemplo, não faz a minha linha.
Por essa razão extremamente pessoal, Meia-Noite em Paris já seria um forte candidato à lista dos títulos dele que eu só vejo uma vez. Um pressentimento que se confirmou logo aos 20 minutos da projeção.
É quando o alterego de Allen (dessa vez, interpretado por um Owen Wilson menos displicente do que o de costume) se transporta para a Paris dos anos 20 e passa a interagir com a intelectualidade da época. Figuras como Picasso, Fitzgerald, Hemingway, Dalí, etc. Todos propositalmente caricatos - e chatíssimos.
Essa chatice se alastra por toda a a história, inclusive pelas (poucas) piadas. Acrescente aí uma dose de propaganda turística da capital francesa, outra de romantismo clichê e pronto: temos um filme suspostamente sofisticado, feito sob medida para o público "inteligente" se sentir ainda mais culto na sala escura.
Fico esperando a volta do Woody Allen adulto, provocador, agressivo. Porque o de Meia-Noite em Paris, para o meu paladar, precisa urgentemente de um chacoalhão.
Até curto quando o expediente é usado para o humor nonsense, como em Contos de Nova York. Mas o sentimentalismo de A Rosa Púrpura do Cairo, por exemplo, não faz a minha linha.
Por essa razão extremamente pessoal, Meia-Noite em Paris já seria um forte candidato à lista dos títulos dele que eu só vejo uma vez. Um pressentimento que se confirmou logo aos 20 minutos da projeção.
É quando o alterego de Allen (dessa vez, interpretado por um Owen Wilson menos displicente do que o de costume) se transporta para a Paris dos anos 20 e passa a interagir com a intelectualidade da época. Figuras como Picasso, Fitzgerald, Hemingway, Dalí, etc. Todos propositalmente caricatos - e chatíssimos.
Essa chatice se alastra por toda a a história, inclusive pelas (poucas) piadas. Acrescente aí uma dose de propaganda turística da capital francesa, outra de romantismo clichê e pronto: temos um filme suspostamente sofisticado, feito sob medida para o público "inteligente" se sentir ainda mais culto na sala escura.
Fico esperando a volta do Woody Allen adulto, provocador, agressivo. Porque o de Meia-Noite em Paris, para o meu paladar, precisa urgentemente de um chacoalhão.
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VOCÊ É O MAL DA IMPRENSA
É um erro grave imaginar que o dr. Patrão domina o jornal. Ou que os anunciantes fazem o que querem do dr. Patrão e jornalistas.
Este duo tem, claro, alguma influência. Mas quem mais manda na mídia é você, meu caro leitor, ou espectador. E você, consumidor, é o mal da imprensa.
Editores quebram a cabeça diariamente para agradá-lo. O mal da imprensa é que ela não ousa desagradar o leitor. Seu maior defeito é o eufemismo.
Paulo Francis em Waaal - O Dicionário da Corte.
Este duo tem, claro, alguma influência. Mas quem mais manda na mídia é você, meu caro leitor, ou espectador. E você, consumidor, é o mal da imprensa.
Editores quebram a cabeça diariamente para agradá-lo. O mal da imprensa é que ela não ousa desagradar o leitor. Seu maior defeito é o eufemismo.
Paulo Francis em Waaal - O Dicionário da Corte.
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POBRE? NEM TANTO
Pobre Halim! Pobre? Nem tanto. Um guloso de amor carnal: fez da vidinha na província uma festa de prazeres.
Milton Hatoum, em Dois Irmãos.
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SEM MEDO DO RIDÍCULO
Eu sabia que Um Novo Despertar seria do tipo oito ou oitenta, ame ou odeie. Afinal, o que esperar de um filme em que o Mel Gibson passa o tempo todo com um fantoche na mão?
É isso mesmo. Aqui, o astro intolerante e beberrão vive um empresário em profunda depressão que acaba criando, sem querer, um metódo bisonho de autoanálise. E, cá entre nós, ninguém melhor do que um maluco para interpretar outro.
Ao se anular, e deixar um boneco em forma de castor falar por ele, Walter Black recupera a força para se relacionar com a família e salvar sua companhia da falência. Como se não bastasse, também vira um "case" midiático nacional.
Mas o que parece ser apenas uma lição de vida barata, no estilo autoajuda, ganha contornos mais dramáticos, graças ao roteiro bem centrado de Kyle Killen (outro talento promissor egresso da tevê). Revela-se, então, uma história sobre as dores que nos acompanham. Ou melhor: sobre como administrar essas dores.
Sem medo do ridículo, a diretora Jodie Foster (e mulher de Gibson na trama) compensa sua narrativa convencional com sensibilidade na condução de atores. No entanto, cabe ao espectador deixar o cinismo de lado e embarcar nessa fábula aparentemente absurda. Do contrário, vou logo avisando, periga você se irritar e sair no meio da sessão...
PS - Meu primeiro "pê ésse" da vez vai para a incrível Jennifer Lawrence (20 aninhos e um futuro brilhante pela frente).
PS2 - É incrível como todos os filmes são comédias para os curitibanos. Acho que já pagam o ingresso rindo. Ontem, gargalharam numa cena de tentativa de suicídio!
É isso mesmo. Aqui, o astro intolerante e beberrão vive um empresário em profunda depressão que acaba criando, sem querer, um metódo bisonho de autoanálise. E, cá entre nós, ninguém melhor do que um maluco para interpretar outro.
Ao se anular, e deixar um boneco em forma de castor falar por ele, Walter Black recupera a força para se relacionar com a família e salvar sua companhia da falência. Como se não bastasse, também vira um "case" midiático nacional.
Mas o que parece ser apenas uma lição de vida barata, no estilo autoajuda, ganha contornos mais dramáticos, graças ao roteiro bem centrado de Kyle Killen (outro talento promissor egresso da tevê). Revela-se, então, uma história sobre as dores que nos acompanham. Ou melhor: sobre como administrar essas dores.
Sem medo do ridículo, a diretora Jodie Foster (e mulher de Gibson na trama) compensa sua narrativa convencional com sensibilidade na condução de atores. No entanto, cabe ao espectador deixar o cinismo de lado e embarcar nessa fábula aparentemente absurda. Do contrário, vou logo avisando, periga você se irritar e sair no meio da sessão...
PS - Meu primeiro "pê ésse" da vez vai para a incrível Jennifer Lawrence (20 aninhos e um futuro brilhante pela frente).
PS2 - É incrível como todos os filmes são comédias para os curitibanos. Acho que já pagam o ingresso rindo. Ontem, gargalharam numa cena de tentativa de suicídio!
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OUTRAS CAGADAS QUE OS HOMENS FAZEM
Nada como assistir a uma comédia escrachada, do gênero "homens fazendo merda", logo no primeiro dia de férias. Pena que Se Beber, Não Case 2 deixa muito a desejar.
Não que eu estivesse esperando uma obra-prima. Pelo contrário. Se fosse só uma versão turbinada da primeira parte, já estaria de bom tamanho. Mas o orçamento mais gordo não se refletiu em risadas.
O resultado é um filme movimentado, bom de se ver. Porém com duas ou três piadas realmente engraçadas. Culpa do roteiro formulaico, com as mesmíssimas soluções da história anterior.
Resta a atmosfera barra pesada, com sexo, armas e drogas à vontade - algo surpreendente para um blockbuster tão aguardado. E, como disse minha prima, as fotos dos créditos finais são melhores (espero que isso não tenha sido um spoiler).
PS - Mesmo engrenando apenas na metade, Passe Livre, dos geniais irmãos Farrelly, ainda é a minha comédia preferida de 2001 até aqui. Com Esposa de Mentirinha (que título tosco!) em segundo lugar.
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O RIO DE JANEIRO CONTINUA TRASH
Não é de hoje que o Brasil entrou no mapa da cultura pop internacional. Mas não deixa de ser curioso o fato de que as duas maiores estreias de 2011 nos cinemas mundiais são produções ambientadas no Rio de Janeiro.
Juntas, a animação Rio e Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio arrecadaram mais de US$ 110 milhões apenas nos primeiros dias de exibição no circuito americano. Os dois filmes, no entanto, mostram facetas radicalmente diferentes do nosso principal cartão-postal.
Enquanto o primeiro romantiza a cidade (e esbarra na propaganda turística), o outro praticamente não traz os clichês tropicais de costume. Muito pelo contrário. Em cartaz a partir de hoje no país, Velozes 5 se concentra no lado trash - pobre e violento - da capital fluminense.
Com exceção de uma ou outra tomada aérea "bonita", o longa do diretor Justin Lin mostra favelas gigantescas, barracões escuros, feiras bagunçadas e ruas muito sujas. E os vilões, claro, são empresários e policiais corruptos. Ou seja: os clichês, aqui, são os da cinematografia nacional recente, pós-Cidade de Deus.
Neste quinto episódio da franquia, o trio formado por Dominic (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster, filha de brasileira) está foragido da polícia americana e vem parar no destino preferido de nove entre dez fujões do cinema. Escondidos numa "comunidade" (para usar o termo politicamente correto), eles arquitetam um golpe milionário que pode garantir sua liberdade em algum paraíso sem acordo de extradição com os EUA.
O alvo é o gângster Reyes (Joaquim de Almeida), que guarda US$ 100 milhões em muquifos espalhados pela cidade. Como os três não têm condições de realizar o roubo sozinhos, escalam uma equipe multidisciplinar (e multirracial), formada por especialistas em vários tipos de trambiques, alguns deles já conhecidos do público da série.
Mas o grupo tem outro obstáculo pela frente: o superagente do FBI Hobbs (Dwayne "The Rock" Johnson), uma verdadeira máquina de perseguir foragidos. O personagem, por sinal, é um show à parte. De tão caricato, parece saído de um desenho do Cartoon Network - o que só reforça o lado cômico de um filme cujo gênero poderia ser definido como "chanchada de ação".
Por isso, não vale a pena teorizar sobre o retrato negativo (e, muitas vezes, irreal) do Brasil apresentado em Velozes e Furiosos 5. Deixemos essa tarefa para quem levou a sério o verniz social contido em Tropa de Elite, nosso blockbuster de pancadaria por excelência. Aliás, bem que o Capitão Nascimento podia pegar umas dicas com Dominic e companhia. Eles, sim, sabem o que fazer com o vilão no final da história.
PS - Em vez de Sérgio Mendes ou samba-farofa para gringo ouvir, tem MV Bill, D2 e Turbo Trio na trilha sonora.
Juntas, a animação Rio e Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio arrecadaram mais de US$ 110 milhões apenas nos primeiros dias de exibição no circuito americano. Os dois filmes, no entanto, mostram facetas radicalmente diferentes do nosso principal cartão-postal.
Enquanto o primeiro romantiza a cidade (e esbarra na propaganda turística), o outro praticamente não traz os clichês tropicais de costume. Muito pelo contrário. Em cartaz a partir de hoje no país, Velozes 5 se concentra no lado trash - pobre e violento - da capital fluminense.
Com exceção de uma ou outra tomada aérea "bonita", o longa do diretor Justin Lin mostra favelas gigantescas, barracões escuros, feiras bagunçadas e ruas muito sujas. E os vilões, claro, são empresários e policiais corruptos. Ou seja: os clichês, aqui, são os da cinematografia nacional recente, pós-Cidade de Deus.
Neste quinto episódio da franquia, o trio formado por Dominic (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster, filha de brasileira) está foragido da polícia americana e vem parar no destino preferido de nove entre dez fujões do cinema. Escondidos numa "comunidade" (para usar o termo politicamente correto), eles arquitetam um golpe milionário que pode garantir sua liberdade em algum paraíso sem acordo de extradição com os EUA.
O alvo é o gângster Reyes (Joaquim de Almeida), que guarda US$ 100 milhões em muquifos espalhados pela cidade. Como os três não têm condições de realizar o roubo sozinhos, escalam uma equipe multidisciplinar (e multirracial), formada por especialistas em vários tipos de trambiques, alguns deles já conhecidos do público da série.
Mas o grupo tem outro obstáculo pela frente: o superagente do FBI Hobbs (Dwayne "The Rock" Johnson), uma verdadeira máquina de perseguir foragidos. O personagem, por sinal, é um show à parte. De tão caricato, parece saído de um desenho do Cartoon Network - o que só reforça o lado cômico de um filme cujo gênero poderia ser definido como "chanchada de ação".
Por isso, não vale a pena teorizar sobre o retrato negativo (e, muitas vezes, irreal) do Brasil apresentado em Velozes e Furiosos 5. Deixemos essa tarefa para quem levou a sério o verniz social contido em Tropa de Elite, nosso blockbuster de pancadaria por excelência. Aliás, bem que o Capitão Nascimento podia pegar umas dicas com Dominic e companhia. Eles, sim, sabem o que fazer com o vilão no final da história.
PS - Em vez de Sérgio Mendes ou samba-farofa para gringo ouvir, tem MV Bill, D2 e Turbo Trio na trilha sonora.
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