TRABALHO FINAL DO CURSO DE CINEMA


Talvez seja a ressaca do Oscar, mas ando com uma preguiça mortal de dar meus breves pitacos sobre cinema aqui no brógui. De qualquer forma, o trampo no jornal continua. Então segue o texto (mais "formal") que saiu hoje na Fôia.

Uma história forte, muitas vezes, salva um filme fraco. É o caso de Vips, que estreia hoje em circuito nacional. Produzido pela O2 (empresa de Fernando Meirelles) e dirigido pelo estreante Toniko Melo, o longa tem uma concepção tão simplória que chega a constranger em alguns momentos. Mas consegue prender o espectador graças às situações improváveis vividas pelo protagonista.

Inspirada no livro Vips - Histórias Reais de um Mentiroso, de Mariana Caltabiano (que também vai virar documentário), a produção narra as desventuras do estelionatário Marcelo Nascimento - interpretado por Wagner Moura. Atualmente cumprindo pena, ele virou notícia, há dez anos, quando tentou se passar por um dos donos da companhia aérea Gol.

Seu histórico de farsas, no entanto, começa bem antes disso. Criado apenas pela mãe, Marcelo é retratado como um rapaz esquisito e problemático, que sonha em ser piloto de avião, a exemplo do pai ausente. Para alcançar seus objetivos - não muito claros-, ele começa a contar mentiras e fingir ser outras pessoas. Até perder a noção de quem realmente é.

E é justamente nessa trajetória prévia que o filme se concentra, deixando o golpe mais notório para a última meia hora de projeção (o que torna o título Vips um tanto quanto frouxo). Ainda assim, trata-se de uma decisão acertada, pois o período em que Marcelo trabalha como piloto do tráfico de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai rende as melhores cenas do longa.

Outro destaque é o próprio Wagner Moura. Apesar de soar excessivo em algumas passagens, o ator consegue se manter num registro interessante (ou ao menos digno dos intérpretes que não se acomodam num único tipo). O mesmo não pode ser dito do diretor e sua equipe, que apostam em soluções básicas e convencionais do começo ao fim. O resultado é um filme com cara de trabalho final do curso de cinema.

Nesse sentido, Vips se compara ao recente Bruna Surfistinha. São duas produções nacionais, sobre personagens marginais e que miram no grande público - mas o subestimam ao optar por uma linguagem que fica entre a novela e o comercial de tevê. Será que somos tão toscos assim?

ENTREVISTA: LETUCE


Aqui vale uma introdução. Uma das atrações do Grito Rock de Curitiba, o Letuce (RJ) é uma "banda de casal" formada pelo multiinstrumentista Lucas Vasconcellos (ex-Binário) e a cantora Letícia Novaes (que ainda ataca de atriz, comediante, modelo).

Juntos, ele escrevem canções que combinam letras românticas e despretensiosas com arranjos que passeiam por vários gêneros (samba, rock, funk, folk, bossa nova, jazz). Mas tudo muito bem diluído - e pop -, como se pode perceber em seus dois registros "oficiais".

Em 2009, lançaram o álbum Plano de Fuga pra Cima dos Outros e de Mim, marcado por faixas como "De Mão Dada", "Ballet da Centopeia" e "Potência" (esta com direito a clipe rolando na MTV). No ano passado, gravaram o EP Couves, com versões para temas de Sade, Des'ree, Raça Negra e Só Pra Contrariar.

Segue um resumo da conversa que tive com os dois.

Você passam a impressão de que não têm pressa de divulgar o trabalho do Letuce, de fazer sucesso. Tanto que ainda não são muito conhecidos fora do Rio. É isso mesmo?

Letícia - É, sim. Porque a música é uma das coisas mais importantes da minha vida, mas não é tudo. Não vivo para lançar discos e ser reconhecida. Que bom que as pessoas gostam da nossa música e a gente pode se apresentar para elas. Mas não vou fazer nada de maneira forçada.

Mas o segundo disco sai este ano...

Letícia - Sim! Inclusive estou fechando com o Lucas os últimos detalhes. Letras que ainda faltam terminar, pedacinhos de música... E a ideia, na verdade um sonho, é lançar também uma tiragem em vinil.

Com raras exceções, os artistas da geração independente atual são muito tímidos, inclusive nos shows. Já o Letuce destoa desse grupo. A Letícia canta "para fora" e tem uma presença de palco segura, bem-humorada. Isso vem da formação teatral?

Letícia - Vem. Mas, além de ser atriz, faço stand up comedy há muitos anos. Estou acostumada a me apresentar para gente bêbada em casa de humor. Então simplesmente não consigo fazer cara de diva, de cool, de misteriosa.

Lucas - Tocamos no Teatro Rival e logo depois do show duas moças fizeram um elogio que define muito bem Letuce. Elas disseram que o nosso show era muito "desmontado". Para algumas pessoas isso pode parecer pejorativo, coisa de hippie. Mas, para mim, não é. É uma prova de que, como a gente planeja pouco as nossas apresentações, a novidade pode aparecer a qualquer momento.

Letícia - Não quero julgar o trabalho dos outros. Mas existe um tipo de timidez meio boba, forçada. Só que a gente percebe quando a coisa é sincera. Mesmo quando a pessoa canta miudinho. Eu mesma fico tímida e nervosa antes de tocar. Mas, chega na hora, alguma coisa desperta em mim e eu vou embora!

A Letícia é da Tijuca e o Lucas veio de Petrópolis. Isso talvez explique o desembaraço e o despojamento da banda, em contraponto à postura cool de outros artistas cariocas. Vocês acreditam que tiveram uma formação diferente de quem cresceu na Zona Sul?

Letícia - Inspiração não é só música, é também o ambiente em que você vive. No meu colégio, na Tijuca, todos os meus amigos só ouviam pagode e funk. Eu já gostava de rock, mas era impossível não prestar atenção nessas coisas, que acabam ficando na nossa memória afetiva. Quem consegue se livrar do preconceito vai descobrir melodias e letras lindas no meio das músicas de pagode, sertanejo, etc.

Esses dias mesmo estava falando com o Lucas sobre o Luan Santana. Não me afeiçoei a "Meteoro", mas tem uma outra letra dele que eu adoro. Uma que diz: "Você deixou suas digitais em mim". Acho isso lindo! Pena que ainda tem muita gente que não se permite ter esse tipo momento. Seja porque tem medo de parecer esquisito, seja porque o tópico do dia do Twitter não é esse.

Todas as letras do Letuce são sobre amor, relacionamentos. Vocês conseguem definir qual a abordagem que fazem desses temas?

Letícia - Tem uma música do U2, "One", que eu sempre choro quando ouço. É aquela que diz: "Love is a Temple". Para mim, o amor é um templo mesmo. O amor me salvou. Antes de conhecer o Lucas eu era até meio mal-humorada. Mas ele veio e foi um presente na minha vida. Então eu acho que a minha forma de agradecer ao mundo por esse presente é escrever canções de amor. Mas sem pretensão, sem reposta para nada, sem querer apontar o que é certo. Não existe isso de "um nasceu para o outro". Cada um deu sorte de encontrar o outro, e de ser amado pelo outro.

"AMIGO SECRETO DE PÁSCOA É A NOVA SENSAÇÃO ENTRE BRASILEIROS E CHEGA A INTERNET"


Claro que é da série Releases Inesquecíveis.

O brasileiro já tem a cultura do amigo secreto, em que amigos e familiares trocam presentes no Natal como uma forma de união e amizade. A brincadeira foi para a Internet e hoje se tornou um sucesso ainda maior.

Mas agora não é apenas no Natal que as pessoas confraternizam dessa maneira: a Páscoa é mais uma data escolhida para este propósito. Por esse motivo, os criadores do XXXXX, que têm a maior audiência da Internet brasileira para a brincadeira de amigo secreto online, resolveram inaugurar o XXXXX.

(...) “O objetivo é fazer com que nossos membros se divirtam como sempre, que brinquem, confraternizem, reúnam-se ainda mais com as pessoas queridas e possam comprar seus chocolates e ovos de Páscoa sem sair de casa”, diz XXXXX, criador do XXXXX.

A data é um período ideal para a brincadeira e as pessoas não precisam esperar até o fim do ano para trocarem presentes. “Nada como uma nova reunião com quem a gente gosta para trocar chocolates. Esse novo tipo de amigo secreto tem tido uma ótima repercussão”, pontua XXXXX.

ENTREVISTA: EDUARDO DUSSEK


Um dos clássicos da minha infância faz minitemporada em Curitiba nesta semana. Bati um papo com ele para a FdL.

Começando com uma pergunta meio tola. Por que você passou a assinar ''Dussek'' em vez de "Dusek"?

Por dois motivos. Primeiro, porque a pronúncia do meu nome é ''Dussek'' mesmo, ninguém nunca acertou. E depois veio a numerologia. Mas deixa eu contar uma história.

Nos anos 90, minha casa ficou em obras durante seis meses. Foi um inferno, porque o meu escritório também funcionava lá. E o mestre de obras ficava me chamando o tempo todo: ''Seu Duzzzééék!''. Aquilo me irritava de um jeito que você não imagina!

Enquanto isso, minha produtora passava por problemas com o fisco. Paguei tudo e resolvi procurar uma numeróloga para mudar o nome da empresa. Ela perguntou se tinha outro nome relacionado com o meu trabalho que eu poderia mudar, e eu disse que achava ''Dussek'' melhor que ''Dusek''. Ela fez os cálculos e achou maravilhoso!

E essa sua ligação com Curitiba, como surgiu?


Meu ex-sócio é daí. Fui padrinho de casamento dele, padrinho da filha mais velha dele. É como se eu tivesse uma família em Curitiba, onde também fiz muito trabalhos, principalmente em empresas. Cheguei a manter uma casa aí por 15 anos. Primeiro, uma casa mesmo, no Cristo Rei. Depois, um apart hotel na João Gualberto.

Hoje se fala muito sobre a importância de o artista gerenciar a própria carreira. Mas você já faz isso há anos, não?

Sempre trabalhei com bons empresários. Mas também sempre gostei de ser dono do meu nariz. Não gosto de assumir o erro dos outros. E como atuo em várias áreas, preciso ter um escritório para centralizar tudo isso. Na verdade, minha primeira produção é de 1974. Ou seja: tenho bem mais do que os 30 anos de carreira "oficiais" que estou comemorando agora.

Apesar de tantos anos de trajetória, sua discografia não é muito extensa...

Isso é carma! Sou capricorniano, então tudo para mim é mais difícil de fazer. Enquanto o leonino faz três coisas ao mesmo tempo, eu faço uma. E que dá errado. Sou um "inadimplente astral", como canto no início do show. Mas pergunto "quanto custa" e vou à luta.

A que você atribui um certo sumiço da grande mídia nos anos 90, logo depois do boom que a sua carreira teve na década anterior?

Isso é normal para uma pessoa carmática, como eu. Mas sou um carmático esperto. Porque o carmático burro dá murro em ponta de faca. Eu, não. Se não tenho nada a dizer, fico quieto.

O que aconteceu é que tive uma crise criativa muito séria, que começou logo após o fracasso de um disco que lancei no início dos anos 90. Cheguei a renegar tudo que fiz. Achava que faltava uma unidade na minha carreira. As pessoas não sabiam dizer se eu era debochado ou romântico, ator ou compositor. Isso me impediu de evoluir.

Mas a culpa era minha, então tratei de correr atrás de uma resposta para o problema. Essa busca levou 10, 15 anos. Mas como nunca dependi da mídia, não sou um BBB, continuei trabalhando.

E como você encontrou essa "unidade"?

Descobri que a coisa ia além do campo estético. Era pessoal, espiritual. Resolvi ser um cara legal, honesto com si mesmo. E que não se submete ao poder econômico, apesar de adorar dinheiro! Sou assim mesmo, gozador e romântico ao mesmo tempo. Então agora lanço trabalhos diferenciados, de grife, onde coloco a minha personalidade.

Você mencionou o lado espiritual. Envolveu-se com alguma religião?

Várias, todas as que você possa imaginar. Já bati todos os tambores. Hoje em dia sou ligado ao budismo, que eu acho mais moderno, mais avançado. No budismo você não tem obrigação com o externo, você se observa internamente.

Só que eu não virei careta, santinho. Por outro lado, assumi essa prostituição artística que existe no Brasil. A puta tem que agradar o coronel? Então vou ser a melhor puta possível. Mas o coronel tem que ser poderoso!

Tem algum projeto de disco ou DVD para este ano?

Estou preparando três lançamentos. Um DVD, que talvez seja duplo, com os melhores momentos da minha carreira. E dois CDs. Um de marchinhas de Carnaval, porque esse negócio está bombando, e outro só de canções românticas. Porque o público jovem descobriu meu trabalho com a música "Aventura", que entrou na novela Ti-Ti-Ti. Eles nem conhecem meu lado irreverente.

Curte algum artista novo?

Gosto da Vanessa da Mata, do MV Bill. Até de Fiuk eu gosto. Como chama aquela banda que tem nome em inglês?

Restart. Mas eles, e o Fiuk, são considerados lixo pela classe média "pensante". O que pensa disso?

O Brasil tem um problema que me preocupa muito, que é a falta de cultura. E esse preconceito das elites é falta de cultura também. Porque o popular e o erudito andam juntos desde as civilizações antigas.

A discussão não deveria ser por gênero musical, e sim se o artista tem alma ou não. Vamos parar com esse negócio de querer transformar o Brasil na Áustria, de ficar bajulando quem vem de Nova York ou Paris. Paris é uma grande Tijuca, um suburbúbio com obras de arte.

Sua atuação no filme Federal foi bastante elogiada. Inclusive pelo ator americano que participou do longa, o Michael Madsen. Isso já se reverteu em novas propostas de trabalho no cinema?

O Michael realmente gostou muito de mim, queria me apresentar para o Tarantino. Disse para eu ficar na casa dele em Los Angeles. Só que eu tenho senso de realidade, né? Quase disse para ele: "Ok, Michael. Mas agora eu vou para casa, porque tem uma loucinha lá para lavar". De qualquer forma, esse trabalho foi mais uma sementinha plantada, mais uma porta aberta. Que venham os convites!

ATIVIDADES DESLOCADAS


Atividades deslocadas são ações de preenchimento, executadas em períodos de tensão.

(...) Reuniões sociais criam tensões que podem ser aliviadas pela presença de facilidades para atividades deslocadas. Como drinques para os que não têm sede e comida para os que estão sem fome.

Uma boa parte do comer e do beber sociais entram nesta categoria.


Extraído da obra de Desmond Morris.

ENTREVISTA: ODAIR JOSÉ


O cantor goiano de 62 anos se apresenta em Curitiba no sábado. Segue a versão mais bruta da entrevista que fiz com ele para a (outra) Folha.

Leio por aí que os jovens universitários formam a base do seu público atual. E a audiência mais popular, deixou de acompanhar você?

Eu continuo conhecido entre o público popular e de idade mais avançada. Mas o Odair José não é mais o foco deles. No momento, são os jovens que vão aos meus shows, e eu fico muito feliz com isso. Porque é o jovem que sai de casa, não o velho.

Digo isso porque sou velho, não sou de ir para lugar nenhum. Segunda-feira agora, em Recife (no evento Rec-Beat), 30 mil pessoas ficaram debaixo de chuva para me ver tocar. Então, para mim está muito bom desse jeito.

De onde vem esse interesse dos mais novos pelo seu trabalho?

Não acho uma explicação muito adequada para isso, mas estou chegando à conclusão de que fiz uma coisa que teve qualidade. E digo isso sem pretensão nenhuma, até porque não sou desse tipo. O engraçado é que esses jovens se interessam mais pelo que produzi nos meus primeiros cinco anos de carreira.

Mas quais elementos da sua música, especificamente, você acredita que chamam a atenção dos novos fãs?

Meu som, apesar de ser simples, tem uma cara meio pop. Dentro da minha capacidade, sempre tentei fazer música de acordo com o que acontecia no resto do mundo. Sempre me interessei por rock inglês, pop americano.

Quanto às letras, acho que os jovens gostam delas porque falam do dia-a-dia da rua. Afinal de contas, eu também era jovem naquela época, né? (ri) De qualquer forma, penso que esse público me procura e me aceita porque uma nova geração de músicos fala de mim, grava minhas músicas.

Também leio que agora você é aceito pelos intelectuais. Que virou cult de uns anos para cá. Como se a sua parceria com o Caetano, ainda no começo dos anos 70, não tivesse existido...

É engraçado isso. Agora mesmo, no começo de janeiro, saiu uma matéria no jornal O Globo em que a mulher dizia assim: "A vida coloca Odair José em seu devido lugar". Mas onde eu estava, que não estava no meu devido lugar? (ri) Nunca vi o meu trabalho não ter algum tipo de reconhecimento.

O que aconteceu é que, em um determinado momento, eu não fui tão competente, atento, focado. E daí surgiu um espaço. Mas reconheço que comecei a ver minha música de outra forma nos últimos tempos. Hoje, graças ao público jovem, estou redescobrindo meu próprio repertório. E subo no palco para tocar com uma satisfação enorme.

Além de ser um cronista urbano, você também fala muito do amor. O amor mudou muito desde o começo da sua carreira?

O amor não mudou em nada, continua a mesma coisa. O que mudou é que as pessoas estão mais abertas a determinadas expressões do amor. Não é mais importante, por exemplo, você assinar um papel para provar que ama outra pessoa. O mesmo acontece com o amor entre duas pessoas do mesmo sexo.

Ainda assim, existem coisas que continuam sendo jogadas para baixo do tapete na sociedade. Como o cara que no domingo vai à missa, almoça com a sogra e, mais tarde, sai escondido com a amante. E depois ainda recrimina o filho, o vizinho ou o funcionário que tem uma postura parecida. É a famosa hipocrisia.

Eu só não acredito que amor e sexo sejam duas coisas separadas. Um puxa o outro, estão atrelados. Esses dias, estava almoçando com a minha mulher num restaurante quando entrou uma senhora enorme, pesada, com o marido. Minha mulher até comentou que eles ainda deviam se amar muito. Mas eu já acho que, além do amor, devem existir outras coisas que podem manter duas pessoas juntas. E uma dessas coisas é o sexo.

Você está prestes a lançar um novo disco de inéditas, com produção do Zeca Baleiro e colaborações de gente como Chico César, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown. Dá para adiantar o que vem por aí?

Há dois anos o Zeca me convida para fazer esse disco. Mas eu achava que não era necessário, até porque meu repertório é muito grande. Gravei mais de 400 músicas, 30 discos. Só aceitei agora porque realmente acredito que escrevi algumas músicas boas.

Como a faixa de abertura, "Aconteceu", em que falo dos relacionamentos que surgem por acaso, na rua. Aquela coisa sem conceito e preconceito, num hotel sujo, com bebida falsificada. Ou a música que dá título ao disco, "Praça Tiradentes", que tem um arranjo na linha do Bob Dylan mais antigo, com harmônica.

Acho que esse disco me leva de volta para o Odair José dos anos 70, o Odair José da reportagem musical, que é onde eu fui melhor.

O PRIMEIRO MINUTO DE UMA SERENIDADE REPENTINA


Era o primeiro minuto de uma serenidade repentina. Os seus movimentos, regulares e precisos, denotavam uma resolução enérgica. "Hoje mesmo!", murmurava.

(...) Os seus olhos inchados, o rosto emagrecido e lívido exprimiam uma energia selvagem. Não sabia para onde se dirigir, nem pensava nisto.

Sabia apenas que era preciso acabar com isto hoje mesmo, que não voltaria para casa sem isto, "porque não continuaria vivendo assim".


Fiódor Dostoiévski, em Crime e Castigo.

COMO PAQUERAR ESTRANGEIROS NO CARNAVAL


É a volta da série Releases Inesquecíveis.

O Brasil é um dos países que mais recebem turistas durante o período de Carnaval e, dentre eles, com certeza há muitos homens e mulheres à procura de brasileiros e brasileiras para curtir a festa a dois.

O problema é quando o idioma se torna o grande impasse para novos relacionamentos. Pensando nisso, a rede de franquias de escolas de inglês XXXXXXX resolveu preparar um guia simples de paquera em inglês para o Carnaval para ninguém passar vergonha e ainda deixar uma boa imagem aos turistas estrangeiros.

(...) O guia está dividido em três partes:

1º Fase – Para conhecer alguém
 Qual o seu nome? (What’s your name?)
Meu nome é...(My name is...)
 De onde você é?(Where are you from?)
Eu sou de... (I’m from...)
 Desde quando está no Brasil? (How long have you been here?)
Estou no Brasil desde...(I’m here since...)
 Seja bem vindo ao Brasil. (Be welcome to Brazil)
 Esta sozinho/a ou acompanhado? (Are you alone in here?)
(...)  Eu não falo muito bem o inglês, mas não posso perder a oportunidade de falar com você!(I cannot speak English very well but I can’t lose the opportunity to talk to you.
 Pode me passar seu email ou facebook? (Can I have your e-mail or facebook?)