NO CONSULTÓRIO DO FILÓSOFO
É o título de uma reportagem que produzi sobre Filosofia Clínica para a Fôia. Seguem trechos. Para ler na íntegra, entre aqui.
(...) A filosofia clínica, como indica o nome, utiliza o conhecimento filosófico para ajudar as pessoas a lidar com seus problemas e angústias. Para começo de conversa, quem procura esse tipo de terapia não é chamado de paciente e, sim, de partilhante. A palavra ''cura'' também não é usada.
As sessões, semanais, duram uma hora e são gravadas em áudio. Os primeiros encontros servem basicamente para que o partilhante conte toda a sua história de vida. A partir desses relatos, o terapeuta entende como a pessoa se estrutura mentalmente e analisa sua visão de mundo.
(...) A terapia durou cerca de cinco meses e o ajudou a superar seu problema com a bebida. Arrimo de família desde muito novo, Gustavo descobriu que bebia para chamar a atenção das pessoas próximas. ''Sempre cuidei dos outros e nunca tive ninguém para cuidar de mim'', diz.
Ao narrar a própria história durante as sessões, ele também resgatou lembranças de sua avó, que era alcóolatra e tinha rompantes de agressividade. ''Era uma peça que faltava no meu quebra-cabeça''.
(...) Cloves Amorim, professor de psicologia da PUC-PR, admite que conhece pouco a doutrina criada por Lúcio Packter. Mas se preocupa com a formação dos terapeutas. Para ele, quem trabalha com pessoas no âmbito de clínica deve ter conhecimentos múltiplos de antropologia, neurociência e transtornos psicopatológicos - o que talvez não seja o caso dos filósofos-terapeutas.
''Tenho a impressão de que falta profundidade para eles nessas áreas. Isso torna o mergulho muito raso, próximo da autoajuda'', diz.
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