PAIS E FILHOS
Nunca leio os best-sellers do momento. E isso não tem nada a ver com algum elitismo da minha parte. Se fosse assim, não curtiria um disco da Lady Gaga, ou um filme como Se Beber, Não Case.
É que livro exige um tempo maior. Então acabo me dedicando às obras, digamos, mais "intensas". Deve ser bobagem minha. Enfim...
Na verdade, quero contar que li O Clube do Filme, um desses títulos que a classe média se dá de presente. Meu pai ganhou, leu num voo e me indicou. Como acho importante dividir esse tipo de experiência com ele, resolvi encarar.
O autor, o crítico de cinema canadense David Gilmour, estava desempregado quando o filho adolescente começou a reprovar no colégio. Diante dos problemas, tomou uma decisão arriscada: deixou o garoto largar os estudos, com a condição de que os dois assistissem, juntos, a três filmes por semana.
O livro narra os três anos em que o tal Clube do Filme funcionou. E sabe que não é ruim? Meio superficial, e um tanto chato até a metade. Mas é mais um tijolo nessa discussão sobre a condição masculina nos dias de hoje.
Porque o cinema, pelo menos na minha leitura, é o de menos no livro. Poderia ser O Clube do Disco, dava na mesma. O barato, aqui, é a intimidade criada entre pai e filho - e as lições que se tira disso.
Como costumo dizer, a relação com a mãe beira o transcendente. O sujeito pode ter sido abandonado numa cesta, mas passa o resto da vida procurando quem o colocou no mundo.
O pai, não. O pai é facilmente substituído por outro. Nesse sentido, ser pai é uma "obra em progresso". Se o sujeito não estiver presente, dando aquela força sempre, dança.
Voltando ao livro, não duvido que pinte, em breve, uma adaptação para o cinema. Se for o caso, vai render uma Sessão da Tarde maneirinha...
Em tempo: na foto, Gilmour e o filho Jesse.
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Tá lançada a proposta para o outro David Gilmour lançar um livro nos mesmos moldes só que do Clube do Disco... seria interessante.
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