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AS LEGENDAS SÃO ÓTIMAS


O remake de Fúria de Titãs é mais um exemplo do que eu venho chamando de "3D tardio", ou "3D de pós-produção". Ou seja: foi adaptado às pressas para o formato, na esteira do sucesso de Avatar.

O mesmo vale para Alice e Como Treinar o Seu Dragão. Mas este aqui é pior. Tive a impressão de que aturei 118 minutos usando aquele óculos desconfortável (e com as lentes manchadas depois de tanta higienização) para ver apenas legendas tridimensionais. Se existisse o Procon do Cinema, já teria dado queixa.

Como se não bastasse, o filme em si não passa de um amontoado de cenas de ação confusas, (des)amarradas por diálogos simplórios. Nem como comédia involuntária funciona - ainda que os figurinos, no estilo "desfile de fantasias do Hotel Glória", rendam umas risadas logo no começo.

Deu até um pouco de saudade da versão original (que, cá entre nós, já era trash para os padrões dos anos 80).

ALICE SEM SUBVERSÃO


Como não sou muito fã do Tim Burton, fui à cabine de Alice no País das Maravilhas sem grandes expectativas. E não é que curti?

Aquela gente pálida e tristonha, típica dos trabalhos dele, continua lá. Mas o filme tem uma concepção visual tão interessante e coerente que eu nem me incomodei com as afetações de sempre.

Também gostei do roteiro. Mesmo esvaziado e sem um pingo da subversão da história original, resolveu bem a proposta de explorar uma protagonista mais velha.

Quanto à versão em 3D, o resultado é aquele mesmo que eu previ aqui. Como não foi pensado desde o começo para o formato, o projeto não conseguiu, nem de longe, causar o impacto de Avatar. Quem sabe em IMAX?

PS - O Johnny Depp nem aparece tanto assim. Mas quase estraga o final com um arremedo de número musical. É o único mico do filme.

ERA MESMO EM 3D?


O visual incrível compensa o roteiro meia boca de Como Treinar o seu Dragão. Mas, cá entre nós, a versão em 3D não acrescenta muita coisa.

Na real, acho que vai demorar até que um filme nesse formato cause o mesmo impacto de Avatar. E digo mais: essa Alice gótica-farofa que vem por aí não vai fazer nem sombra para os azulões.

PRONTO, ACABOU


E até que não me saí tão mal nas minhas apostas.

Só errei mesmo em roteiro adaptado - deu Preciosa no lugar de Amor Sem Escalas. Filme estrangeiro também foi uma surpresa. Mas como não vi nenhum (preguiça), preferi não chutar.

Isso não significa que eu estava torcendo por Guerra Terror, o vencedor do Oscar menos assistido de todos os tempos. Tampouco contra Avatar, motivo de uma raivinha desmedida por parte do público dito "inteligente".

Sobre isso, aliás, percebi uma coisa interessante. Com poucas exceções, a grita contra Avatar vem sempre de quem não é da área do cinema (pitaqueiros de plantão, para variar). Os críticos mesmo, aqueles com horas de poltrona no curriculo, no mínimo se permitiram apreciar a experiência.

Enfim... Fiquei feliz com a vitória da Kathryn Bigelow (já disse aqui que me interesso pelo trabalho de diretoras), nada além disso. E frustrado, mesmo antes da festa, pela indiferença com relação ao Tarantino.

Quanto à cerimônia em si, aquela burocracia de sempre. Valeu por uma ou outra piadinha dos apresentadores e pelo Ben Stiller de Na'vi.

Agora é correr atrás do que ainda não assisti. Tenho a impressão de que vou me amarrar em Um Homem Sério e Direito de Amar.

ATÉ QUE EU GOSTEI


Não é, nem de longe, o Oscar mais empolgante dos últimos tempos. Mas repito o que disse para a Josiane:

Avatar marca a volta do filme-evento, que atrai multidões e ainda inova na tecnologia.

Guerra ao Terror é o filme "deles", sobre o tema do momento por lá.

Amor sem Escalas vai crescendo na cabeça todo dia - bom sinal.

Distrito 9 transborda vigor, energia.

E Bastardos Inglórios é uma grande festa, não?

SENSIBILIDADE PERDIDA


- Me chame quando estiver sozinho.
- Eu já estou sozinho.

Não se engane com a propaganda enganosa e o título brasileiro de Up in the Air, o terceiro filme do Jason Reitman (Obrigado por Fumar, Juno).

Amor sem Escalas não é uma comédia, muito menos romântica. Tem lá seus momentos engraçados, mas resvala na melancolia o tempo todo.

A história não é muito diferente do que já vimos em Jerry Maguire, O Turista Acidental e, mais recentemente, O Solista (só para ficar nos que eu lembro de cabeça agora).

A saber: um homem pragmático e blindado emocionalmente percebe que seu individualismo o isolou do resto do mundo - e vai tentar recuperar a sensibilidade perdida. Será que ainda há tempo?

Por falar em sensibilidade, destaco a do diretor, desde já um especialista em abordar temas urgentes sem apelar para o sensacionalismo. Outra qualidade dele é o trabalho com os atores. Vera Farmiga e, especialmente, Anna Kendrick são boas surpresas.

Sobre o Clooney, não há muito o que falar. É o tipo de ator inteligente, que conhece suas limitações e não se desgasta em registros desnecessários. Precisa mais?

Dizem que Amor Sem Escalas será o grande rival de Avatar no Oscar (já dançou no Globo de Ouro). Nos dois casos, o mote é a "desumanização" do homem. Um bate na tecla ecológica e o outro opta pela via dos relacionamentos pessoais.

Se tivesse de escolher, não teria a menor dúvida. Ficaria com James Cameron e seu filme "família" (a turma ainda não entendeu esse target). Mas não vou dar meus palpites sobre o Oscar sem ver Guerra ao Terror - o que farei ainda nesta semana.

CRÍTICA DA CRÍTICA


Aqui e ali leio que "Avatar" não passa de uma coleção de clichês. O filme mais desinteressante do mundo. (...) Na verdade, em geral quem reclama desses clichês são reacionários.

Reacionários só admitem dizer coisas como "não há almoço grátis". Isso não lhes soa como um clichê. Parece-lhes uma verdade que se repete eternamente, só isso.

Os clichês pertencem sempre ao outro. E o outro é necessariamente de esquerda, nesse caso. Essa direita só é capaz de raciocinar em termos de caça às bruxas.

(...) Cameron não é um cínico. É um moralista na tradição americana, como John Ford. Ele não acredita em grandes homens, ao menos não naqueles vendidos como grandes homens.

Seus grandes homens são obscuros, mas são de um modo ou de outro incorruptíveis. Não sabem fazer senão o que lhes parece certo. Eles não degeneram. (...)

Taí uma boa "crítica da crítica". Cortesia do melhor crítico de cinema do Brasil na atualidade - o Inácio Araujo, claro. Não deixe de ler a íntegra aqui.

MEUS FILMES DO ANO


— Amantes

— Avatar

— Bastardos Inglórios

— Watchmen (foto)

— O Leitor

— Foi Apenas um Sonho

— À Deriva

— Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei

— Distrito 9

— Bruno

Objeções, observações?

BATEPRONTO: AVATAR


— Nem eu sabia que queria tanto ver Avatar. Até sonhei com isso de ontem para hoje. E nem achei o marketing tão agressivo...

— Foi a cabine de imprensa mais concorrida que já vi em Curitiba. Em São Paulo, li por aí, a fila dava voltas pelos corredores do shopping.

— Sempre achei esse negócio de 3D meio cafona, mas tive de me render à projeção do Imax.

— Falando em cafonice, o filme quase escorrega no tom new age. Reflexos de uma década pop marcada por O Senhor dos Anéis e Harry Potter.

— Como disse o Claudinho, você percebe que a imersão é total quando começa a achar a protagonista digital gata. Aliás, tem uma cena de "namoro" que chega a ser sexy mesmo.

— Tenho certeza de que o filme também funciona nas salas convencionais.

— Avatar contém um pouco de tudo o que o James Cameron já fez. O romantismo de Titanic, as máquinas de Aliens - O Resgate (e a própria Sigourney Weaver), o vilão frio de Exterminador do Futuro, o encantamento de O Segredo do Abismo...

— Há também uma mensagem de crítica aos "poderosos" que aparece em todos os seus trabalhos.

— Sam Worthington realmente será o próximo astro de Hollywood. Tem carisma e faz a linha "fortão sensível", como os conterrâneos Crowe e Jackman. Deve ser a água da Austrália.

— Cameron, mais uma vez, mexe com uma penca de arquétipos para fazer um filme universal. Mas os cínicos de plantão vão dizer que são clichês. E que a história é previsível.

— As 2 horas e 46 minutos voaram. Foi mais rápido do que Bastardos Inglórios.

— Se vai mesmo revolucionar toda a indústria do cinema? Não tenho a menor ideia. Só sei que, como entretenimento, é fantástico. Vou repetir a dose no fim de semana.