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O PRECIOSO


Definindo vulgarmente, Um Sonho Possível é a versão Sessão da Tarde de Preciosa.

A diferença (além do tom edulcorado) é que, aqui, quem ajuda o personagem negro, gordo e miserável são os brancos. Brancos ricos, republicanos e bons cristãos, diga-se de passagem.

Resumindo, um filme "correto e edificante", como disse o Marden.

Sobre a Sandra Bullock, sou suspeitíssimo para julgar se mereceu o Oscar ou não. Tenho uma queda por ela desde os anos 90, quando a vi, pela primeira vez, em O Demolidor (antes mesmo de Velocidade Máxima).

De qualquer forma, achei que não seguiu a linha "comediante se transfigura para fazer um dramalhão" - que quase sempre soa over. Manteve um pouco da veia cômica e, assim, preservou sua identidade.

Mas ainda prefiro ela morena...

PRONTO, ACABOU


E até que não me saí tão mal nas minhas apostas.

Só errei mesmo em roteiro adaptado - deu Preciosa no lugar de Amor Sem Escalas. Filme estrangeiro também foi uma surpresa. Mas como não vi nenhum (preguiça), preferi não chutar.

Isso não significa que eu estava torcendo por Guerra Terror, o vencedor do Oscar menos assistido de todos os tempos. Tampouco contra Avatar, motivo de uma raivinha desmedida por parte do público dito "inteligente".

Sobre isso, aliás, percebi uma coisa interessante. Com poucas exceções, a grita contra Avatar vem sempre de quem não é da área do cinema (pitaqueiros de plantão, para variar). Os críticos mesmo, aqueles com horas de poltrona no curriculo, no mínimo se permitiram apreciar a experiência.

Enfim... Fiquei feliz com a vitória da Kathryn Bigelow (já disse aqui que me interesso pelo trabalho de diretoras), nada além disso. E frustrado, mesmo antes da festa, pela indiferença com relação ao Tarantino.

Quanto à cerimônia em si, aquela burocracia de sempre. Valeu por uma ou outra piadinha dos apresentadores e pelo Ben Stiller de Na'vi.

Agora é correr atrás do que ainda não assisti. Tenho a impressão de que vou me amarrar em Um Homem Sério e Direito de Amar.

UMA GRANDE GAROTA


Imagine um filme sobre uma adolescente negra, gorda, pobre e analfabeta que é expulsa da escola porque engravidou, pela segunda vez, do próprio pai.

Agora, pense na Oprah Winfrey se comovendo com a história e virando co-produtora (leia-se investidora) do projeto.

Por essas e outras, fui sem muita expectativa à cabine de Preciosa, que tem seis indicações ao Oscar 2010. Mas o que parecia ser o dramalhão da vez se revelou um trabalho corajoso, que lida de forma honesta com vários temas delicados.

E quando digo "corajoso" e "honesto", não é para aliviar a barra de um filme apenas politicamente correto. Me refiro à atitude de se permitir vestir, o máximo possível, a pele dos personagens. Inclusive para mostrar o lado engraçado, ou tragicômico, das situações.

É isso o que o diretor Lee Daniels, produtor de "A Última Ceia", oferece ao espectador: o pacote completo das emoções da protagonista, com direito aos seus sonhos mais ridículos (taí uma indicação merecida, olho nele).

Em tempo: ainda que Mo'Nique e Gabourey Sibide sejam as estrelas, destaco também o trabalho da (lindíssima) Paula Patton - que se esforça para dar brilho a um papel meio sem sal.