Imagine um filme sobre uma adolescente negra, gorda, pobre e analfabeta que é expulsa da escola porque engravidou, pela segunda vez, do próprio pai.
Agora, pense na Oprah Winfrey se comovendo com a história e virando co-produtora (leia-se investidora) do projeto.
Por essas e outras, fui sem muita expectativa à cabine de Preciosa, que tem seis indicações ao Oscar 2010. Mas o que parecia ser o dramalhão da vez se revelou um trabalho corajoso, que lida de forma honesta com vários temas delicados.
E quando digo "corajoso" e "honesto", não é para aliviar a barra de um filme apenas politicamente correto. Me refiro à atitude de se permitir vestir, o máximo possível, a pele dos personagens. Inclusive para mostrar o lado engraçado, ou tragicômico, das situações.
É isso o que o diretor Lee Daniels, produtor de "A Última Ceia", oferece ao espectador: o pacote completo das emoções da protagonista, com direito aos seus sonhos mais ridículos (taí uma indicação merecida, olho nele).
Em tempo: ainda que Mo'Nique e Gabourey Sibide sejam as estrelas, destaco também o trabalho da (lindíssima) Paula Patton - que se esforça para dar brilho a um papel meio sem sal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário