DALTON FALA


(...) Estamos em uma movimentada esquina. O sinal fecha.

– Dalton? – eu pergunto. Ele vira e me olha desconfiado. Peço um autógrafo nos três livros que retiro de dentro de uma sacola plástica.

Ao se deparar com uma rara primeira edição de Cemitério de elefantes, publicada em 1964, o contista reclama:

– Mas esta edição eu renego! Já reescrevi diversas vezes! (...)


No ano passado, a Folha de Londrina publicou uma matéria de um estudante de jornalismo de Maringá, Alexandre Gaioto. Era o relato de uma conversa que ele teve com o Dalton Trevisan. Com um detalhe: em nenhum momento, o rapaz revelou ao escritor que transformaria aquele encontro numa reportagem.

Rolou uma certa polêmica interna na época, com parte da redação indignada com a suposta falta de ética do estudante. Eu, que achei a história engraçada (e não tenho toda essa tara pelo Vampiro), defendi a publicação da matéria.

Um ano depois, o sujeito voltou a Curitiba e perseguiu o Dalton novamente. O reencontro, desta vez, foi parar no Jornal do Brasil (leia aqui).

Continuo a favor da "estratégia". E você?

2 comentários:

  1. HAHA.
    Obrigado por defender a matéria naquela época, Omar. Fiquei sabendo que, em Curitiba, foi meio tenso. O Mazza foi um dos que insistiram na publicação.

    Não sei se você sabe, mas usei o mesmo plano para entrevistar o Rubem Fonseca. Dei pra Gazeta do Povo. No twitter, me chamaram de "canalha, mentiroso e anti-ético". Discordo completamente. Para arrancar algo de Rubem e Dalton, vale quase tudo. E, assim como você e o Mazza, tem gente que gostou: O Geneton Moraes Neto elogiou a matéria do JB e o Edward Pimenta disponibilizou o link no twitter.
    Não dá pra agradar todos os leitores.
    Abraços!

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