A FORÇA QUE NUNCA SECA


Meu primeiro show da Bethânia foi surpreendente. Pensei que, aos 63 anos, ela não teria o mesmo pique de antes. Felizmente, descobri que estava enganado logo no início (eletrizante) da apresentação do último sábado, no Guairão.

A baiana continua sendo "uma força da natureza", como diria o outro. Mostra vigor até nos momentos mais intimistas. Coisa de quem acredita em cada verso que canta - e canta como se estivesse mandando recados.

Do cenário aos músicos, o aparato é enxuto e eficiente. Principalmente a banda, que faz uma síntese sofisticada de ritmos regionais e latinos. Aliás, a própria cantora é uma espécie de guardiã de sons esquecidos.

Mas nem tudo é passional e primitivo na artista. Como poucas, ela sabe o que quer e como conduzir sua carreira. Mesmo a Gal se perdeu - e hoje só acerta se tiver um produtor de peso por trás. Terminado o espetáculo, tive a certeza: estava diante da cantora mais inteligente do Brasil.

Um comentário:

  1. A Gal é maravilhosa, adoro, mas ela SEMPRE precisou de um grande produtor por trás. Duprat q o diga.
    E sim, a Bethania é uma pessoa que sabe pronunciar, falar e cantar uma palavra - com consciência.

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