VI SHOWS: LUCAS SANTTANA E DO AMOR (AMBIENTAL, 26/8)


A ideia original era ver MV Bill, Emicida e outros menos votados no Master Hall. No entanto, uma gripe me impedia de enfrentar a maratona que é um show de rap em Curitiba. Os artistas se embaçam, a programação atrasa, a cerveja é cara... Sem contar as tretas.

Em julho, quando os Racionais tocaram no mesmo local, quase voou um sofá do camarote para a plateia. Eu mesmo, sem querer, derrubei bebida num cara do andar debaixo e por pouco não tomei porrada na saída. Por essas e outras, preferi me resguardar e acho que fiz bem, já que no dia seguinte o próprio Emicida reclamou de confusão via Tuíter.

No melhor estilo "classe média sofre", optei pela tranquilidade de assistir ao Lucas Santtana no Ambiental Bar. Ainda que não seja grande fã, acompanho o baiano desde o primeiro disco, quando o entrevistei para o Planeta Diário – digo, Gazeta do Povo. Mas pesou na decisão a informação de que sua banda de apoio, Seleção Natural, conta com três integrantes do grupo Do Amor (que conferi ao vivo em 2010 e curti bastante).

Aliás, a apresentação da última sexta-feira foi a terceira do Do Amor por aqui em poucos meses – e a segunda do Lucas. Enquanto isso, artistas que lançaram bons discos em 2011 (Rômulo Fróes, Criolo, Fábio Góes, etc.) continuam longe dos palcos locais.

BARRADA NO BAILE

Bronca de quem não manja nada de produção à parte, vamos ao que interessa. Chegamos (eu, Fer, Andressa) no Ambiental pouco antes da 0h30. Logo de cara, uma baixa: Andressa deixou a carteira de identidade em casa e foi sumariamente barrada na porta.

Na esperança de que ela voltasse (com a situação regularizada, claro), entramos no bar quando os músicos já estavam se ajeitando no palco. Além dos "três do Amor", a banda ainda tinha, nas programações eletrônicas, um careca que eu não conhecia e o multiinstrumentista Lucas Vasconcelos, da ótima dupla Letuce. Grata surpresa!

Mal a primeira música começou, outra boa notícia: Andressa estava de volta na área, bem como outros conhecidos gente fina (Enio, Matheus, Vinícius, Cristiano, Constance, Heitor). Na real, o lugar não estava cheio, longe disso. Mas como boa parte dos grandes shows que eu vi na vida foi um fracasso de público, não desanimei.

E nem poderia, já que os seis entraram em cena com todo o gás, colocando todo mundo para dançar. Passaram pelo rock, reggae, dub, funk (carioca, inclusive) com uma facilidade impressionante. Cheguei a pensar: "E ainda tem gente que prefere balada com DJ".

No meio do povo, um sujeito de cavanhaque e camisa do Sport Club do Recife parecia estar numa festa pela primeira vez. Como pulava, o doido! Lá pelas tantas, tentou, em vão, puxar umas meninas para dançar carimbó, ou algo que o valha. E não é que o danado conseguiu dar uns passinhos com a Andressa?

CADÊ O BAIANO?

O clima só ficou meio estranho quando o Lucas Santtana anunciou que os músicos Do Amor tocariam canções próprias. Até aí, tudo bem, já era esperado. Os cariocas assumiram o comando e a animação da turma continuou igual. O problema é que o baiano desceu do palquinho e nunca mais voltou! Deve ter ido comprar cigarro...

Se ao todo rolou uma hora e quinze de som, foi muito. Ninguém conseguiu esconder o sentimento de frustração – talvez nem os organizadores. Esperávamos um bailão sem hora para acabar e tivemos um "coito interrompido", como bem definiu o Matheus.

"Coisas da vida", diria Vonnegut. Nosso reality show continua na semana que vem, se a programação permitir. Alguma dica?

PS – A foto da vez é da Miriane Figueira. Se alguém mais quiser colaborar, fique à vontade.

Um comentário:

  1. Olá, Omar.
    Tudo bem? Meu nome é Daniel Zanella. Publico na cara de pau um jornal de crônicas aqui em Curitiba chamado Relevo. Até que dá pouco prejuízo... Tens interesse em publicar esse relato do show da La Buhr na nossa edição de janeiro?
    Abraços
    Daniel Zanella
    jornalrelevo@gmail.com

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