CAMPEÃS DE AUDIÊNCIA


Não que eu seja um Gugu da internet, sempre de olho na audiência. Mas o contador de visitas tem me ajudado a entender um pouco o funcionamento do meio.

Como escrevi em outro post, as estatísticas do blog de reportagens são as que mais me trazem surpresas. Uma delas dá conta das matérias "campeãs de audiência".

Obviamente, assuntos como swing, baloeiros, gays ursos, santo daime e naturismo sempre atraem visitantes. O que eu não esperava, no entanto, é a procura diária por dois temas em especial: o mercado de apliques para cabelo e a multiplicação dos serv-cars em Curitiba.

"Seu Cabelo é da Hora" e "Que Tal um Pit Stop?" são os textos mais acessados de O Último a Sair. Não passa sequer um santo dia sem que alguém caia neles. O motivo, creio eu, é a falta de outras referências locais na web.

Para quem não leu, seguem os tradicionais trechos. A foto acima, que ilustra a reportagem sobre sexo no carro, é do Marcos Borges. Mais embaixo, tem uma da Letícia Moreira.

(...) Atire a primeira pedra quem nunca namorou numa lanchonete drive-in. Ou melhor: num serv-car, como esse tipo de espaço é chamado em Curitiba - e apenas em Curitiba.

Ok, talvez não seja o seu caso. Mas alguém próximo certamente já desfrutou os prazeres da vida, com privacidade, dentro de um carro. Se você ainda não deu o braço a torcer, saiba que essa é uma atividade lucrativa, que começou há mais de 20 anos nos bairros centrais e hoje se expande pelos periféricos.

(...) A fachada é de uma lanchonete comum, com balcão e móveis de plástico. O estacionamento fica atrás, com 10 vagas individuais separadas por paredes. Em vez de portões de metal, como nos motéis, lonas de caminhão protegem os carros dos olhares alheios. Com o calor que anda fazendo, parecem verdadeiros fornos.



(...) O cabeleireiro José Alvino Godói se vangloria de ser o pioneiro de um mercado que não para de crescer no centro da cidade. Há 12 anos, ele compra e vende cabelos nos arredores do Terminal Guadalupe, onde também mantém um salão. Um negócio tão rentável que chega a envolver a exportação de madeixas para países como Israel e Estados Unidos.

(...) Mal instalou seu salão por ali, Cleide logo percebeu que deveria diversificar os negócios. Hoje, lucra mais vendendo cabelos do que cortando. O início, no entanto, foi um pouco traumático. "Eu tinha pavor de pegar. Ficava pensando se aquilo não tinha vindo de um defunto", lembra.

Superado o estágio do nojo, é importante ter um olho clínico para encontrar bons materiais. Pois os compradores, normalmente cabeleireiros de salões elitizados, estão cada vez mais exigentes. "Tem que ser comprido, macio e hidratado. Cabelo seco e com tintura ou química não dá", ensina outra veterana da área, Terezinha Rodrigues, há 10 anos na ativa.

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