CLINT XAVIER


E a primeira cabine de 2011 não poderia ser melhor: Além da Vida, o novo do Clint Eastwood.

É claro que o velho mestre não decepciona. Novamente, sua direção precisa e enxuta faz toda a diferença na hora de contar uma história que quase escorrega para o dramalhão. O resultado é um filme "espírita" que faz Chico Xavier e Nosso Lar parecerem episódios de Malhação.

O roteiro, igualmente certeiro, entrelaça as trajetórias de três personagens envolvidos, de alguma forma, com "o outro lado". Todos marcados por tragédias e fatalidades - como é de praxe na obra do cineasta.

A francesa Marie tem uma experiência de quase morte (numa sequência inicial incrível). O garoto inglês Marcus não consegue superar a perda do irmão gêmeo. E o vidente americano George nega a própria mediunidade para ter uma vida normal.

Com a serenidade e segurança de sempre, Eastwood amarra o destino do trio sem apelar para soluções mirabolantes. Também não faz panfletagem pró-espiritismo. Pelo contrário. Seu filme mais investiga o tema do que reforça uma tese.

De resto, temos os ótimos desempenhos da lindíssima Cécile De France, dos atores-mirins Frankie e George McLaren e de Matt Damon, o astro que nunca entra em barca furada. Nesta época de entressafra nos cinemas, Além da Vida é o programão do fim de semana.

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