ENTREVISTA: LEANDRO DELMONICO (CHARME CHULO)


Matéria para a Fôia.

O QUE HOUVE COM O CHARME CHULO?

Em nova fase na carreira, banda curitibana toca na capital e em Londrina no fim de semana

Os roqueiros caipiras do Charme Chulo estão de volta à terrinha. Tocam hoje na capital e amanhã em Londrina, nos bares Jokers e Valentino, respectivamente. Os shows marcam o reencontro do quarteto, no palco, após o ‘‘desmonte’’ do apartamento do grupo em São Paulo. Depois de quase um ano morando juntos por lá, os integrantes agora vivem em cidades diferentes. É ‘‘a nova ordem’’ da banda, como define o guitarrista (e violeiro) Leandro Delmomico.

‘‘A ideia, este ano, é reelaborar o show, tocar esporadicamente e preparar o terceiro disco’’, afirma Leandro, que retornou a Curitiba. Ele continua próximo do parceiro de composição, Igor (voz), atualmente em Ponta Grossa. Luciano (baixo) também voltou para casa, em Rolândia, e Rony (bateria) continua na megalópole. Mas, afinal, o que houve com o Charme Chulo?

Segundo o guitarrista, os quatro se mudaram de mala e cuia para descolar um produtor/empresário que ajudasse a impulsionar a carreira da banda. Não encontraram a figura certa, mas ao menos conseguiram se manter às próprias custas. ‘‘Foi uma surpresa, até para os nossos amigos, a gente pagar aluguel tocando música própria no interior de São Paulo’’, diz.

A correria da autoprodução, no entanto, causou um certo desgaste no grupo, que também não se identificou com o ritmo da cena musical paulistana. ‘‘Todo mundo está lá para fazer uma rede social, tentar ser pop. Tem festa o tempo todo na casa das bandas, baladas na Rua Augusta. Temos vários amigos nesse meio, mas a vida de sexo e drogas não é muito propícia para nós. Somos mais caipiras, no bom sentido’’, admite.

De qualquer forma, Leandro faz uma avaliação positiva do período. E acredita estar inspirado para compor o álbum mais ousado da trajetória do Charme Chulo. ‘‘Acho que a gente precisa dar uma de Dalton Trevisan e se esconder um pouco. É hora de tocar menos, se valorizar e gravar um disco legal para lançar em 2012’’, afirma.

Em tempo: o show de abertura em Curitiba fica a cargo do grupo Pão de Hamburger, uma das gratas revelações dos últimos tempos na cidade. Nome nonsense à parte, o quinteto se inspira no rock setentista para fazer um som completamente fora de moda - e, talvez por isso, muito autêntico. Destaque também para a formação com três guitarras sempre bem timbradas.

3 comentários:

  1. hehe legal! enquanto as marias vão com as outras, o charme continua fazendo seu som espetacular. o show no jokers foi demais! e obrigado pela parte que nos tira da moda hehehe

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  2. a banda charme chulo se opõem à ordem (se é que ela existe) em algum lugar estabelecida. mas até mozart foi outsider! graças a deus, smiths e tonico e tinoco, charme chulo ainda escolhe aquilo que Bourdieu chamou de “arte pela arte” por sua "competência propriamente artística"! "eles são demais" - isso muitos já viram.

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