"BATE MAIS, PORRA!"


Gosto do primeiro Tropa de Elite.

Mais como entretenimento violento, no estilo de Comando para Matar e outros clássicos sobre vingança dos anos 80. Menos pela visão de mundo do Capitão Nascimento - que, bem ou mal, acabou expressando o sentimento de boa parte das pessoas por aqui.

Como disse um crítico inglês: "Receber um sermão reacionário de um marmanjo bombado de uniforme é a última coisa de que precisamos".

Corta para 2010. Tropa de Elite 2 é outra chanchada de ação com momentos de catarse para a turma gritar na sala escura. "Bate mais, porra!", berraram quando o Nascimento socou um político corrupto, financiador de mílicia. E olha que eu vi no Crystal, o cinema "fino" dos curitibanos.

A diferença, desta vez, é o discurso político mais definido e agregador. Difícil não ficar com a impressão de que os realizadores buscaram fazer um mea culpa pelas "incorreções" de 2007. Em último caso, pode-se dizer que o ex-Capitão amadureceu, ou encontrou o verdadeiro inimigo.

Ainda assim, não deixa de ser um raro filme que nada contra a marolinha preguiçosa da produção nacional.

A verdade é que também gostei da continuação, tão eletrizante quanto o original. E aí vale citar, de novo, o termo "chanchada de ação". Que, longe de ser pejorativo, define uma pegada cinematográfica tipicamente brasileira, comum tanto aos filmes dos Trapalhões quando a Cidade de Deus. Mas disso eu falo outro dia, se falar...

2 comentários:

  1. fala sim Godoy!é bom ter um pouco de história cinematográfica brasileira, pouca gente conhece!By the way, assisti o filme no Crystal e alguns bateram palma no final. Muito bom!

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  2. O filme é muito bom, mas longe de ser minha visão de mundo tb, aliás me indigna muito ouvir os gritos tão violentos e vingativos quanto tudo o que repugnamos no tráfico, nas milícias, na corrupção...

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