O PASSAGEIRO DA AGONIA


Indicado a seis Oscars, mas proibido para pessoas muito sensíveis. Esse é o apelo de 127 Horas, que chega por aqui depois de causar desmaios, vômitos e até um ataque epilético mundo afora. Tudo por causa de uma cena extremamente forte e realista, que obrigou o próprio diretor a pedir desculpas para o público após as primeiras exibições.

Estrelado pelo valorizado James Franco, o filme combina aventura, drama e suspense para narrar a história real do americano Aron Ralston. Em 2003, ele trabalhava como engenheiro e passava o tempo livre explorando montanhas e cânions. Até que, durante um passeio solitário, caiu numa fenda e ficou com o braço preso numa rocha.

Ralston lutou pela sobrevivência ao longo de quase cinco dias. Ferido e praticamente sem suprimentos, bebeu água da chuva e a própria urina. Um verdadeiro martírio, pontuado por lembranças do passado, devaneios e alguns momentos de autoironia – registrados por ele com uma câmera digital.

Sete anos depois, o cineasta Danny Boyle tenta transformar essa jornada numa experiência de imersão para o espectador. E consegue. São 95 minutos de pura tensão, “arejados” apenas pela conhecida agilidade de sua direção (marcada por câmeras de mão, cortes rápidos, uso esperto da trilha sonora).

Mais do que isso, é melhor não revelar. Afinal, a história de Ralston não é muito conhecida no Brasil, o que pode garantir uma surpresa ao fim da sessão. De qualquer forma, fica o aviso: se você não aguenta ver o sofrimento alheio (como eu), evite 127 Horas. Ou então prepare o estômago e feche os olhos quando o bicho pegar (como eu).

PS – Pirando depois da cabine, brinquei que o filme é uma mistura de A Praia, Na Natureza Selvagem, Bruxa de Blair e Jogos Mortais. Assiste e depois me diz se não faz sentido.

Um comentário:

  1. A entrevista que o cara da história deu ao David Letterman é bem impressionante. Quando assisti, pensei, "quem será que vai filmar?". (não achei o link pra colocar aqui)

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