ALTERNATIVO CORPORATIVO
Minhas Mães e Meu Pai é o Juno da vez. O Pequena Miss Sunshine da vez. O filme independente americano mais badalado da temporada, cotado até para faturar um Oscar.
Resumindo: o verniz sugere um produto mais ousado, enquanto a linguagem garante a adesão do grande público, que consegue se identificar com os personagens "estranhos". É o que chamo de alternativo corporativo (acho que li isso em algum lugar, faz tempo).
Isso não significa que seja ruim - apenas pouco complexo. O que não deixa de ser uma opção da diretora e roteirista Lisa Cholodenko. Em tom de comédia, ela conta a história dos filhos crescidos de um casal de lésbicas que procuram o pai biológico, doador de esperma. Um encontro que vira a família de cabeça para baixo.
Tenho certeza de que muita gente vai considerar a mensagem moralista. Eu mesmo pensei assim em alguns momentos.
Afinal, a cineasta apresenta figuras extremamente liberais, bem resolvidas e politicamente corretas - mas que também (re)agem de forma conservadora diante das crises. Como se as pessoas que adotam um modelo não convencional de família sempre estivessem fadadas a cometer os mesmos erros das "normais".
E se estiverem? Saí do cinema com essa pergunta na cabeça. Valeu o ingresso.
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