O Homem Lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções, que ele nunca se entusiasma com ela. Assim como ele nunca tem memórias
O Homem Lúcido sabe que o viver e o morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal
O Homem Lúcido sabe que ele é o equilibrista na corda bamba da existência. Ele sabe que por opção ou por acidente é possível cair no abismo a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo
Pode também o Homem Lúcido optar pela vida. Aí então...
Ele esgotará todas as suas possibilidades. Ele passeará pelo seu campo aberto pelas suas vielas floridas
Ele saberá ver a beleza em tudo! Ele terá amantes, amigos, ideais
Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até mesmo às doenças.
E se atingido por um desses emissários, saberá suportá-lo com coragem e com mansidão
E morrerá, o Homem Lúcido, de causas naturais e em idade avançada, cercado pelos seus filhos e pelos seus netos que seguirão a sua magnífica aventura.
Pairará então sobre a memória do Homem Lúcido uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito. Aquele fez muito bem as pessoas!
A Justa Lei Máxima da Natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem se iguale sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis.
O Homem Lúcido, porém, esse que optou pela vida com o consentimento dos deuses, tem o poder magno de alterar essa lei.
Na sua vida, os acontecimentos favoráveis serão sempre maioria... Porque essa é uma cortesia que a Natureza faz com os Homens Lúcidos
Conheci esse texto há um tempo, num filme do Domingos Oliveira que revi hoje.
O Domingos de Oliveira é o máximo! Muito existencialista! Não vi esse filme ainda, mas já fiquei doida p/ ver.
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