CURITIBA FUNK 1: PANCADÃO DOS PINHEIRAIS


Lembra daquela reportagem especial sobre funk carioca em Curitiba? Saiu ontem. Como rolaram alguns cortes, vou postar a versão integral em três partes - de hoje até quarta. Na foto do Diego Singh, MC Jura e suas Causadoras do Funk.

Que o ''sertanejo universitário'' é o gênero musical hegemônico do estado, ninguém discute. Mas, pelas beiradas, uma outra manifestação popular vem conquistando fãs e movimentando o circuito de festas. O funk carioca, acredite se quiser, caiu no gosto dos baladeiros paranaenses - seja dividindo espaço com outros ritmos ou mesmo em bailes exclusivamente dedicados ao ''pancadão'' eletrônico luxuriante.

Esse pequeno fenômeno começou há cerca de dois anos, quando produtores curitibanos passaram a promover shows de artistas cariocas como MC Buchecha, Mr. Catra, MC Chocolate e Gaiola das Popozudas, entre outros. Com o tempo, os eventos se firmaram e continuaram a acontecer mesmo sem atrações de fora. Enquanto os MCs locais ainda são raros, DJs e grupos de dançarinas se multiplicam rapidamente.

''Hoje em dia, dá para dizer que o funk só perde mesmo para o sertanejo em Curitiba. Está mais forte até do que o pagode'', afirma o produtor Diego Carmo, 24 anos. Entre outras atividades, Diego vende os shows do MC Mr. Buiu, um professor de academia de ginástica que combina funk, pagode e axé. São cerca de 15 apresentações por mês, na capital e no interior, com cachês em torno de R$ 400.

A mistura de estilos parece ser uma fórmula para atrair o público ainda não iniciado. Segundo o DJ Marcão, 34, o caminho das pedras é começar a noitada com uma discotecagem de eletrofunk (híbrido de dance music com o batidão carioca) até chegar no funk propriamente dito. No fim da noite, ele aconselha, é interessante tocar forró ou sertanejo, para esfriar os ânimos mais exaltados.

''Ainda assim, é uma festa cabível para todos os gostos. As dançarinas mostram menos do que o que costuma aparecer na televisão'', garante Marcão. Frequentadora assídua dos bailes curitibanos, a vigilante Ana Carolina Góes, 22, também acredita que os funkeiros daqui são mais comportados. ''No Rio de Janeiro o clima é mais agressivo'', diz.

Para ela, os paranaenses finalmente descobriram a essência do funk carioca, que é a liberdade para fazer bagunça. Mas uma bagunça controlada, principalmente pelos donos das casas noturnas, temerosos com relação a brigas e outras formas de extravasar a tensão. ''Eles pedem para a gente tocar músicas mais pop, comerciais. Nada de funk 'proibidão', com letra violenta ou explícita'', conta Jura, 30, o MC mais requisitado do pedaço.

MC POR ACIDENTE

Nascido em Nilópolis, na Baixada Fluminense, Jurandir dos Santos virou funkeiro por acaso. Radicado na capital há cerca de 15 anos, ele cantava em grupos de pagode e se virava como inspetor de uma faculdade. Até que, em 2005, uma brincadeira mudou os rumos de sua trajetória.

No meio de um show, durante o intervalo dos músicos, Jura começou a improvisar rimas e batidas de funk no palco para entreter a platéia. A ideia deu tão certo que, com o tempo, o artista vislumbrou outro ''mercado'' e trocou de estilo. Hoje, faz cerca de oito apresentações mensais, por cachês que podem chegar a R$ 1.500. Dedica-se apenas à música e já tem várias faixas gravadas, como ''Te Faço Gemer'', ''Toma Pressão'' e ''Mexe Danadinha'' (todas mixadas por um produtor da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro).

Acompanhado do grupo de dançarinas As Causadoras do Funk, o MC rapidamente se tornou sinônimo de funk na região. Só no último ano, esteve em Londrina, Maringá e em cidades do litoral do Paraná e de Santa Catarina. Em Curitiba, anima eventos tanto na periferia quanto nos bairros nobres da cidade. Virou moda entre os DCEs de faculdades contratá-lo para comandar suas festas.

''Como o povo daqui é mais fechado, o lance é chegar com carisma e humildade'', ensina o MC, que se considera paranaense e não pensa em fazer carreira em sua terra natal. ''Se acontecer, será ótimo. Mas é aqui que o negócio está começando a crescer. No Rio, nasce um MC todo dia'', diz.

2 comentários:

  1. OSU DJ DOUGLAS S. CURITIBA O JURA É O CARA AMIGO FAZ ALGUM TEMPO RSRSR

    ABRAÇO ATODOS

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  2. O FUNK CARIOCA NÃO É MUITO OUVIDO AQUI EM CURITIBA NÃO, É MAIS NO RIO DE JANEIRO, CURITIBA É MAIS DANCE MUSIC, PANCADÃO ELETRÔNICO COMO VC DISSE

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